Com Rota Bioceânica, MS terá alavancado todo o seu potencial potencial econômico, projeta Riedel

O secretário estadual de Infraestrutura, Eduardo Riedel, fez uma projeção otimista para a economia de Mato Grosso do Sul com a consolidação da Rota Bioceânica. De acordo com ele, a cidade de Porto Murtinho deverá ganhar mais dois novos portos no município com investimentos que superam R$ 400 milhões, sendo que o projeto mais adiantado é da Docas Fluvial de Murtinho, que já está autorizado na Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), enquanto o outro que está sendo viabilizado é o de Porto Saladero.

Riedel acrescenta que, além desses dois, outros grupos estudam empreendimentos e já adquiriram áreas próximas ao terminal do Governo. “A Rota Bioceânica vai alavancar o potencial econômico de Mato Grosso do Sul. Esses dois empreendimentos são exemplos do que vem por aí”, reforçou.

Já o secretário estadual de Meio Ambiente, Produção, Desenvolvimento Econômico e Agricultura Familiar, Jaime Verruck, completa que os empreendimentos são de empresas com amplo conhecimento de navegação do Rio Paraguai, com outros terminais portuários ao redor do Brasil e do mundo. “Ou seja, tem bastante expertise de escoamento por via marítima”, salientou.

O investimento da Docas Fluvial de Murtinho será acima de R$ 100 milhões na construção de um terminal de granel sólido (para produtos agrícolas, fertilizantes e insumos) com capacidade de movimentar mais de 2,2 milhões de toneladas no ano. A previsão é gerar 450 empregos diretos e indiretos.

A empresa já possui área de cinco hectares na barranca do rio Paraguai onde vai construir as linhas de carregamento, três silos de 15 mil toneladas cada e um armazém para 35 mil toneladas de fertilizantes. O grupo já opera outros três portos (dois no Uruguai e um no Paraguai) e é dono de uma das maiores frotas de navios tanques, barcaças e empurradores em navegação na hidrovia.

Os portos vão diversificar nichos de produtos de exportação e importação. A ideia é movimentar mercadorias variadas. A tendência é fazer um ou dois terminais para grãos e outros voltados para combustíveis, fertilizantes e produtos de valor agregado”, salientou o secretário.

Operação

De acordo com o assessor de logística da Semagro, Lúcio Lagemann, atualmente em Murtinho existem dois terminais: um privado da FV Cereais e o da APPM (Agência Portuária de Porto Murtinho) do Governo do Estado que estava arrendado, mas foi retomado.

A FV Cereais movimentou 218,1 mil toneladas principalmente de soja e milho. Mesmo assim, o grupo aposta na concretização do Terminal Portuário diante da necessidade de escoamento de grãos que segue por uma crescente de 5% a 6% ao ano. O Grupo FV Cereais viu a oportunidade de um novo corredor logístico para sanar parte da falta de estrutura no escoamento das safras de grãos.

O terminal ocupa 26 hectares de área útil, sendo 500m de frente para o Rio Paraguai. A estrutura construída trabalha com uma capacidade estática de 30.000 toneladas e a capacidade de fluxo de embarque de 1.000 toneladas por hora para o transbordo de soja, milho e açúcar.

A segunda fase do projeto será a importação de fertilizantes, aumento da capacidade para soja e milho, além da ampliação de possibilidades em diversos outros segmentos de produtos. Nesta etapa, a expectativa de Capacidade Operacional é movimentar dois milhões de toneladas de grãos anualmente.

No ano passado as movimentações nos portos de Mato Grosso do Sul sofreram queda nos valores exportados a partir de 2019, chegando a 50% dos valores de 2021 em comparação aos valores movimentados em 2018 e totalizaram pouco mais de US$ 156,8 milhões.

Em Porto Murtinho foram movimentados de março a outubro pouco mais de 13 mil toneladas. Mas isso ocorreu por conta dos problemas climáticos e a paralisação da navegação pela hidrovia com a estiagem desde outubro. Apenas em janeiro, a movimentação ainda bastante abaixo da normalidade foi retomada.