Caso Sophia: amigo de padrasto revelou que festa que antecedeu morte teria sido regada à cocaína

O testemunho de amigo de Christina Leitheiempadrasto de Sophia Ocampo, 2 anos, e acusado, juntamente com a mãe dela, Stephanie de Jesus da Silva, do óbito da criança, revelou à Justiça que a festa que antecedeu a morte da menina foi regada à cocaína.

 

Segundo o site Midiamax, durante a audiência, que aconteceu a portas fechadas e durou 23 minutos, ele contou que, na noite anterior a morte de Sophia Ocampo, ou seja, em 26 de janeiro deste ano, na casa onde ela morava com a mãe e o padrasto, estava sendo realizada uma festa.

 

Outros dois homens também participavam da festa e, conforme a testemunha, Stephanie da Silva chegou à residência por volta das 19 horas, quando eles resolveram sair para comprar cocaína nas imediações. As crianças, Sophia Ocampo e o meio-irmão, de apenas 4 anos, ficaram com Christian Leitheim.

 

Ainda segundo a testemunha, a mãe da criança foi com ele comprar a cocaína, já que ela iria pagar pela droga. Quando questionado como estava Sophia Ocampo, o rapaz respondeu que “ela estava molinha”, parecendo estar doente, e falou que nunca ter presenciado o padrasto a espancando.

 

Foi confirmado por ele que praticamente todos os fins de semana faziam festa com drogas no local. “Neste dia iríamos comprar a cocaína para ver a potência que ela tinha”, disse na audiência, revelando que já tinha presenciado brigas entre o casal, com xingamentos e humilhações.

 

Sobre pessoas estranhas dormirem na casa e usarem para a prática de atos sexuais, a testemunha contou que ele já teria pernoitado na residência com a namorada algumas vezes e que mantiveram relações sexuais na sala da casa, com as crianças em outro cômodo.

 

Já no dia da morte de Sophia Ocampo, a testemunha disse que chegou à casa da família por volta das 15 horas e ficou na varanda junto com Christian Leitheim, mas afirmou que não viu Stephanie da Silva sair da residência com a criança para o posto de saúde às 16h46 em carro de motorista de aplicativo.

 

Sophia Ocampo morreu aos 2 anos, na noite de 27 de janeiro. Ela foi levada pela mãe a um posto de saúde, onde as médicas que atenderam a menina constataram que ela já estava morta há pelo menos quatro horas. Tanto a mãe como o padrasto foram presos e já indiciados pelo crime.

 

O casal ainda tentou alterar as provas da morte da menina para enganar a Polícia, sendo que a prisão preventiva foi decretada no dia 28 de janeiro. Em sua decisão, o magistrado afirmou que a prisão se justificava para preservar a prova processual.

 

“Garantindo sua regular aquisição, conservação e veracidade, imune a qualquer ingerência nefasta do agente. Destaca-se que, conforme noticiado nos autos, a criança somente foi levada para o Pronto Socorro após o período de 4 horas de seu óbito, o que evidencia que os custodiados tentaram alterar os objetos de prova”, disse o magistrado.

 

O juiz ainda citou que caso o casal fosse solto, haveria a possibilidade de tentativa de alteração de provas “para dificultar ou desfigurar demais provas”. O casal foi levado para unidades penitenciárias, sendo a mulher para o interior do Estado e o padrasto da menina para a Gameleira de Segurança Máxima.

 

A menina passou por vários atendimentos em unidades de saúde, entre eles febres, vômitos, queimaduras e tíbia quebrada. Em menos de 3 meses, a criança foi atendida diversas vezes sem que nenhum relatório fosse repassado sobre os atendimentos a menina.