Autor de facada no presidente Jair Bolsonaro em 2018 vai continuar preso em Campo Grande

O juiz federal Bruno Savino, de Juiz de Fora (MG), decidiu que Adélio Bispo de Oliveira, preso em 2018 por ter esfaqueado o então candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro, em um ato político na cidade mineira, deve permanecer preso no Presídio Federal de Campo Grande (MS). Ele cumpre prisão na capital sul-mato-grossense desde setembro de 2018, ou seja, há quase quatro anos.

Pelo tempo de prisão e pelo diagnóstico médico que apontou com “doença mental”, Adélio Bispo, sem a intervenção da sentença, poderia conquistar a liberdade. Porém, o magistrado, que conduz o processo criminal contra ele pela tentativa de assassinato, entendeu que seja melhor pela continuidade da prisão e já destinou a decisão ao juiz corregedor da penitenciária federal de Campo Grande, que examina a questão antes de validar o despacho mineiro.

A sentença de Adélio Bispo foi assinada pelo juiz federal Bruno Savino em junho de 2019. Na ocasião, em razão da constatação de que o agressor de Bolsonaro tem uma doença mental, o magistrado aplicou ao caso a figura jurídica da “absolvição imprópria”, pela qual um réu não pode ser condenado.

A pena, então, foi convertida em internação. À época, o juiz ordenou que Adélio Bispo ficasse em uma prisão federal porque, no sistema prisional comum, ele correria risco de morte. De acordo com a decisão, três anos após a sentença, uma nova perícia deveria ser realizada para averiguar se ele seguia representando um risco para a sociedade — havia, portanto, a possibilidade de ele ser colocado em liberdade imediatamente.

Tanto o MPF (Ministério Público Federal), quanto o Depen (Departamento Penitenciário Nacional), vinculado ao Ministério da Justiça e responsável pela penitenciária de Campo Grande, se manifestaram a favor de que Adélio Bispo seguisse internado em uma prisão federal. Os dois pareceres foram levados em consideração na decisão de Bruno Savino.