Após pressão dos professores, prefeito recua e aumenta percentual para quem atua em locais de difícil acesso

Após o Blog do Nélio publicar, no último dia 24 de julho, a reclamação dos professores da Escola Municipal Agrícola Governador Arnaldo Estevão de Figueiredo, localizada na rodovia MS-040, na região do Distrito de Três Barras, a 35 quilômetros da zona urbana de Campo Grande, encaminhada à Câmara de Vereadores contra a redução da gratificação aos professores que desempenham suas atividades em locais de difícil acesso, eis que o prefeito Marquito Trad recua e publica no Diário Oficial do Município o Decreto nº 13.241, de 11 de agosto de 2017, alterando o dispositivo do Decreto nº 13.179, de 1º de junho de 2017, que “classifica as escolas rurais da Rede Municipal de

Ensino como de difícil provimento e estabelece critérios para percepção da gratificação de difícil provimento”, e dá outras providências.

Na prática, o prefeito elevou de 20% para 35% o percentual da gratificação para os servidores que atuam em escolas localizadas em áreas de difícil acesso. Lembrando que, no início do ano, Marquito Trad determinou que o percentual fosse reduzido de 50% para 20%, o que gerou muita insatisfação, descontentamento e uma sensação de desrespeito à classe, tendo em vista a forma abrupta, sem diálogo e sem o devido impacto que isso geraria na vida das famílias dos professores que trabalham nas escolas agrícolas do município.

A medida ditatorial por parte do atual prefeito deixou transparecer também que os secretários municipais responsáveis por autorizar tal medida desconhecem totalmente a importância e o tipo diferenciado de trabalho ao qual se submetem e se dedicam os professores das zonas rurais de Campo Grande. Para quem não sabe, alguns fatores a ser considerado, tais como o deslocamento até essas escolas envolvem, sobretudo, riscos maiores para os professores por terem de enfrentar rodovias movimentadas todos os dias.

Além disso, tirando os gastos com combustível, os professores ainda têm despesas grandes com a manutenção de seus veículos, pois muitos locais têm grandes trechos não pavimentados. Outro agravante é que o trabalho desenvolvido pelos professores nas escolas rurais é diferenciado, exigindo desses profissionais pesquisas e adequações na sua metodologia de ensino que envolve investimento em material, tempo de estudo e dedicação que faz merecer incentivos para que seja constante na sua prática.

Tendo em vista a distância da escola, a maioria dos professores se sujeita a passar o dia todo longe de suas casas, de suas famílias e em locais onde muitas vezes não há estabilidade no sinal de telefonia e Internet, o que torna mais difícil o desempenho de suas funções, sendo necessária a compensação por meio de uma gratificação condizente com esses obstáculos.