Após propor TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) aos donos de atrativos turísticos de Bonito (MS) e não obter sucesso, o MPE (Ministério Público Estadual) decidiu acionar a Justiça contra quem usa animais silvestres em propagandas turísticas.
Depois de cinco meses de silêncio sobre o acordo, o inquérito passou do limite de trâmite — de um ano – e, portanto, em 11 de julho o MPE teve de solicitar a prorrogação da ação. O promotor de Justiça Alexandre Estuqui Junior deu 15 dias para que a empresa se manifeste sobre o TAC.
“A falta de resposta acarretará no ajuizamento da ação civil pública”, definiu o promotor de Justiça da Comarca de Bonito. Nos autos, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) apontou infração do empreendimento.
Conforme o auto de infração, emitido em 6 de dezembro de 2022, houve “uso comercial de animais silvestres em situação de abuso”. O Ibama solicitou laudo técnico ao Instituto Arara Azul sobre as aves do empreendimento. “As aves recebem alimentação inadequada e apresentam sinais de retiradas e cortes de penas nas asas”, pontua a instituição.
Nesse mesmo ano a apresentadora Eliana fez foto com as araras e postou nas sua redes sociais.
Além disso, o laudo afirma que “as aves nitidamente passaram por um processo de domesticação/humanização”. Após três meses de investigações, o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) forneceu informações sobre as licenças do empreendimento.
A empresa recebeu autorização para realizar passeios ecológicos. Contudo, os documentos apontam licença de operação até 14 de março de 2018.
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