Fahd Jamil nega ligação com família do narcotraficante “Dom”, que fugiu da PF em helicóptero

Após a Revista Piauí, do Rio de Janeiro, noticiar que o empresário ponta-poranense Fahd Jamil Georges, o “Rei de Fronteira”, teria ligações com o narcotraficante Antônio Joaquim Mota, o “Dom”, o advogado dele, André Borges, garantiu que o cliente não tem qualquer tipo de envolvimento com o criminoso, que fugiu do cerco da Polícia Federal na fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul utilizando um helicóptero.

 

Segundo André Borges, Fahd Jamil não tem nenhum envolvimento com o assunto divulgado e, no momento, está concentrado em cuidar da própria saúde e dos processos que estão tramitando na Justiça de Mato Grosso do Sul. No entanto, a Revista Piauí publicou que o “Rei da Fronteira” seria íntimo da família de “Dom”, tendo sido até convidado para participar da cerimônia de casamento da irmã dele, Cecyzinha Mota, em maio de 2016, em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia que faz fronteira com Ponta Porã (MS).

 

“Entre os trezentos convidados [casamento] estavam alguns nomes da nata da política e do crime organizado da fronteira. Entre os mais notórios, Fahd Jamil Georges, lendário contrabandista da região apelidado de “El Padriño”, além do então deputado federal paraguaio Robert Acevedo, e seu irmão José Carlos Acevedo, prefeito de Pedro Juan Caballero. O narcotraficante Jarvis Chimenes Pavão não pôde comparecer por estar atrás das grades, mas mandou dois representantes, um irmão e um sobrinho”, publicou a Revista Piauí.

 

A publicação ainda cita Fahd Jamil ao narrar que a história do “Clã Mota” se confunde com a evolução do crime no eixo Ponta Porã-Pedro Juan Caballero. “O baiano Joaquim Francisco da Mota, pai de ‘Dom’, que escapou da PF em um helicóptero, chegou a Ponta Porã nos anos 1960, e já na década seguinte era considerado o maior contrabandista de café na região, ao lado de Fahd Jamil e de Adilson Rossati Sanches”, revelou a revista.

 

Ainda de acordo com a publicação carioca, “o trio levava ilegalmente grandes carregamentos do grão produzido no Paraná, Minas Gerais e interior de São Paulo até o Paraguai e exportava o produto pelo país vizinho, pagando tributos muito mais baixos do que no Brasil”. Em entrevista à Revista Piauí, o advogado Luiz Renê Gonçalves do Amaral, que atua na defesa do “Clã Mota”, disse que a família “preserva raízes” em Ponta Porã e Pedro Juan Caballero há mais de cinco décadas, “gozando de elevado prestígio e com incontáveis serviços prestados à sociedade fronteiriça, notadamente para o desenvolvimento da agropecuária na região, e sem qualquer envolvimento com atividades criminosas”.

 

A nota afirma ainda que o “Clã Mota” está “à disposição das autoridades públicas, tanto do Brasil, quanto do Paraguai para prestar todo e qualquer esclarecimento que se fizer necessário para o restabelecimento de sua honra”. Fahd Jamil foi preso em Campo Grande em abril de 2021, aos 80 anos de idade, sob a acusação de homicídio e por supostamente participar de organização criminosa que agia na fronteira com o Paraguai.

 

Ele pagou uma fiança de quase R$ 1 milhão e ficou detido em regime domiciliar. Atualmente, por determinação judicial, Fahd Jamil não pode sair de casa aos sábados, domingos e feriados e, em dias da semana, deve ficar em sua residência no período noturno.