A Rede de Lojas Americanas, que entrou em recuperação judicial, deve quase R$ 30 milhões para 49 credores espalhados em 23 municípios de Mato Grosso do Sul, que terão de aguardar o processo para receber. A lista de credores foi anexada aos autos da recuperação judicial e mostra que, em Mato Grosso do Sul, as dívidas envolvem desde chaveiro até grandes fornecedores.
Entre as dívidas das Lojas Americanas em Mato Grosso do Sul estão grandes montantes, como R$ 21 milhões com uma indústria de papel até R$ 26,00 com um chaveiro de Campo Grande. A distribuidora de alimentos SBM está na lista, com mais de R$ 1 milhão a receber pelo fornecimento prestado há cerca de 20 anos às Lojas Americanas.
Presidente da Comissão de Direito Empresarial da OAB/MS, o advogado e professor Rafael Campos Macedo Britto explica que as empresas listadas no processo de recuperação judicial estão com crédito habilitado. Isso não significa que irão receber automaticamente, pois as empresas que estão na lista serão convocadas para uma assembleia-geral de credores, que vai deliberar sobre o plano de recuperação judicial.
No plano a ser apresentado, as Lojas Americanas terão de informar aos credores como pretendem pagar as dívidas e em quais prazos. Ainda de acordo com o advogado, se aprovado o plano, as empresas vão receber conforme o descrito. Caso não aprovem, a empresa vai à falência. Empresas que têm valores a receber das Lojas Americanas, mas não constam na lista anexada no processo, têm prazo de 15 dias para fazer a habilitação do crédito.
Os credores já listados são divididos em categorias, que separa as pessoas físicas, jurídicas e entes federados. Essa separação será utilizada na assembleia geral de credores, para definir como será o pagamento. Assim como a maioria dos credores das Lojas Americanas, as empresas listadas de Mato Grosso do Sul estão na Classe III, que são os quirografários. No total, são 6.438 empresas nessa categoria, somando R$ 41 bilhões.
Com seis unidades das Lojas Americanas só em Campo Grande e a possibilidade de fechamentos e demissões em massa, o sindicato dos trabalhadores procurou o MPT-MS (Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso do Sul). Conforme o presidente do Sindicato dos Empregados do Comércio, Carlos Santos, o setor ainda se recupera das demissões ocorridas após o fechamento de 10 lojas da Eletrosom no Estado.
Funcionários de unidades das Americanas em Campo Grande relatam ao sindicato que estão sendo remanejados para outras lojas na área central, pois suspeitam que algumas vão fechar as portas. Apesar do alerta, não houve comunicação oficial da empresa sobre possíveis demissões. Com informações do site Midiamax