Tio Trutis pediu perícia em uma arma apreendida pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar com um empresário em março deste ano em Campo Grande (MS), alegando que a pistola Glock calibre 9 mm, que pode ser adaptada para fuzil, é semelhante à usada no ataque a tiros que teria sofrido na BR-060. Porém, de acordo com a vice-procuradora-geral da República Lindôra Araújo, não há qualquer ligação com o suposto crime.
Além disso, ela reforça que a Polícia Federal não poderá realizar perícia em todas as armas apreendidas em Mato Grosso do Sul para encontrar a pistola usada no suposto atentado. O pedido será analisado pela relatora do inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal), ministra Rosa Weber.
Essa é a nova estratégia do deputado federal para retardar o julgamento do caso na corte. Antes do pedido de perícia, Trutis de um baile no oficial de Justiça, que não conseguia notificá-lo para apresentar a defesa no processo. Ele deu balão até no encontro marcado com antecedência na Câmara dos Deputados.
A nova estratégia da defesa foi apresentada em março deste ano pelo assessor de Tio Trutis, o empresário Ciro Nogueira Fidelies, que também foi denunciado no inquérito. Ele pediu para a PF realizar perícia na pistola apreendida com o dono de uma conveniência pelo Batalhão de Choque da PM na madrugada de 6 de março deste ano. Ericsson Cezar Mendes Fererira Netto alegou que comprou a arma no ano passado após sofrer ameaças.
Conforme a PF, Trutis e Ciro simularam um atentado ao parar o veículo em uma estrada vicinal e realizar os disparos. Com base no GPS do veículo, imagens as câmeras de vigilância da BR-060 e das cápsulas recolhidas na via pública, a PF concluiu que o parlamentar usou uma pistola 9 mm da marca Glock para efetuar os disparos. A arma nunca foi encontrada.
“No caso, a Defesa não logrou demostrar a real utilidade/pertinência de elaboração do laudo pericial, não apontando qualquer dado concreto apto a indicar liame entre o fato ocorrido no dia 6 de março de 2022 (apreensão de pistola marca Glock, de calibre 9 mm) e os acontecimentos sob investigação no presente Inquérito, não havendo, sequer, indícios de que o armamento apreendido com Ericsson Cezar Mendes Fereira Netto possa ser o mesmo utilizado, em 16 de fevereiro de 2020, para perfuração do veículo”, alegou Lindôra Araújo.
Na manifestação, a adjunta de Augusto Aras ainda destacou que não será possível a PF realizar perícia em todas as pistolas 9mm apreendidas em Mato Grosso do Sul. O pedido de perícia ainda vai ser analisado pela ministra Rosa Weber. Somente após a defesa de Trutis sobre a acusação de que simulou o atentado, o STF deverá decidir se aceita ou rejeita a denúncia do MPF contra o deputado.
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