“Nós vamos dividir um papo e determinar o pessoal da rua para matar uns puliça aí na frente aí, tio”, diz trecho da conversa transcrito na denúncia. A menção ao possível ataque a agentes da Segurança Pública seria por conta de ações policiais que resultaram em mortes de faccionados. A princípio, não teria sido mencionada na época uma tratativa para colocar tal plano em prática.
No último dia 18 de abril, a “Operação Sintonia” cumpriu 67 mandados de prisão e 35 de busca e apreensão em Campo Grande, Dourados, Amambai, Bela Vista, Corguinho, Maracaju, Naviraí, Nova Andradina e Rochedo. Durante as investigações contra o PCC, foi identificado que, mesmo de dentro dos presídios, os faccionados mantinham contato com membros do lado de fora, com uso de celulares.
Esses eram responsáveis por autorizarem, gerenciarem e coordenarem a prática de crimes como tráfico de drogas, porte de arma, roubo, sequestro e homicídios em Mato Grosso do Sul. O Gaeco ainda identificou crimes relacionados à estrutura financeira do PCC, da movimentação criminosa da facção para angariar dinheiro ilícito, bem como punir e manter a disciplina dos faccionados que não seguiam as “diretrizes” da organização criminosa, ou seja, aqueles que não pagavam as dívidas com o tráfico de drogas ou a arrecadação das ‘rifas’, mensalidades pagas pelos integrantes do PCC.