O traficante de drogas Gerson Palermo, 61 anos, que estava cumprindo pena no Estabelecimento Penal de Segurança Máxima de Campo Grande e conseguiu liminar judicial para prisão domiciliar devido à pandemia do novo coronavírus (Covid-19), fugiu, na noite de quarta-feira (22), depois de quebrar a tornozeleira eletrônica e já teria chegado ao Paraguai, mesmo com o país vizinho tendo fechado a fronteira com o Brasil por causa da doença.
Segundo as autoridades policiais ouvidas pelo Blog do Nélio, a força policial de Mato Grosso do Sul está na busca para recapturar o traficante internacional de drogas, sendo que a Polícia Federal já informou à Interpol que Gerson Palermo estaria em território paraguaio. Condenado por sequestrar um avião da Vasp e também por tráfico de drogas e associação para o tráfico, ele conseguiu prisão domiciliar por ser grupo de risco para a Covid-19 e, aproveitando-se do fato, tirou a tornozeleira eletrônica e escapou das autoridades.
Para conseguir o benefício judicial, a defesa de Gerson Palermo alegou à Justiça que ele é idoso, diabético, hipertenso e com problemas renais e, diante da pandemia da Covid-19, deveria ser colocado em prisão domiciliar. O primeiro pedido foi negado, os advogados dele recorreram justificando constrangimento ilegal e o TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) acatou em regime de plantão e liminarmente.
No entanto, a liminar foi cassada na quarta-feira, sob a justificativa de que, mesmo diante das afirmações, Gerson Palermo era considerado de alta periculosidade com penas que somam mais de 100 anos de prisão, mas já era tarde demais, pois o traficante internacional de drogas tinha fugido. Diante da fuga, a Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública) alertou as autoridades dos países que fazem fronteira com o Brasil, por Mato Grosso do Sul, e a Polícia Federal solicitou a inclusão do nome dele na lista da Interpol e na lista dos mais procurados do país.
A Agência Estadual de Administração Penitenciária (Agepen) informou que assim que foi acusado no sistema de monitoramento o rompimento da tornezeleira de Palermo, acionou a Polícia Militar. Quando os policiais chegaram na casa dele, os familiares avisaram que ele já havia fugido. O Departamento de Operações da Fronteira (DOF) foi alertado sobre a fuga e as diligências para recapturar Palermo continuam.
Palermo estava em regime fechado no sistema penitenciário de Mato Grosso do Sul desde 11 de abril de 2017, após ter sido preso por tráfico de drogas. A quadrilha integrada por ele foi descoberta durante “Operação All In” deflagrada em seis estados pela Polícia Federal em março de 2017. A ação resultou na apreensão de duas remessas da droga que somaram 810 quilos de cocaína e na prisão de dois homens.
Pelo tráfico e associação para o tráfico, foi condenado a 59 anos e 9 meses de prisão. No entanto, ele já tinha outras condenações, as quais somam 66 anos e 9 meses de prisão, pelo sequestro do Boeing 727/200 da Vasp, em 16 de agosto de 2000.
O sequestro ocorreu cerca de 20 minutos após a decolagem da aeronave do Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu, com destino à Curitiba. Palermo, que já foi piloto, teria obrigado o comandante do voo a pousar no aeródromo de Porecatu. No município paranaense, a quadrilha fez a tripulação a abrir o compartimento de carga, de onde roubaram nove malotes do Banco do Brasil, contendo R$ 5,5 milhões, fugindo, em seguida, em um veículo também roubado.
Ele ficou conhecido quando, em agosto de 2000, sequestrou um Boeing de uma companhia aérea e levou 05 milhões que estavam na aeronave. É considerado um dos líderes do PCC.