Serviço “terceirizado” do PCC pode ter matado o jornalista brasileiro Léo Veras na fronteira

O comissário Gilberto Fleitas, chefe do Departamento Contra o Crime Organizado da Polícia Nacional do Paraguai, afirmou, nesta segunda-feira (24), que foi a facção criminosa brasileira PCC (Primeiro Comando da Capital) que ordenou a execução do jornalista brasileiro Lourenço Veras, o “Léo Veras”, ocorrida no dia 12 de fevereiro na residência da vítima em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia que faz fronteira com Ponta Porã (MS), quando jantava com a família.

Além disso, o policial confirmou que as armas usadas na execução coincidem com as utilizadas em outros crimes do PCC na região e que os “chefões” do crime organizado na fronteira se passam por poderosos “empresários” para “terceirizar” a contratação de pistoleiros. Giberto Fleitas acrescenta que os nove suspeitos presos no sábado (22) teriam sido contratos para cometer o crime contra Léo Veras.

A peça chave para essas conclusões da Polícia foi a apreensão do veículo que supostamente teria sido usado na execução, ou seja, um Jeep Renegade de cor branca. Os criminosos apontados como mandantes do assassinato de Léo Veras são integrantes da estrutura criminal liderada pelos narcotraficantes Sérgio de Arruda Quintiliano Neto, mais conhecido como “Minotauro”, e Ederson Salinas Benítez, o “Ryguasu”, ambos já presos no Brasil, e Márcio Sánchez, o “Aguacate”.

A Polícia entende que foi Waldemar Pereira Rivas, o “Cachorrão”, quem teria executado o jornalista brasileiro e, por enquanto, continua foragido. Uma das nove pessoas presas no sábado é Cintya Raquel Pereira Leite, irmã de “Cachorrão”, que tem uma condenação pendente de 17 anos de prisão no Brasil e, portanto, será expulsa do Paraguai e entregue às autoridades brasileiras.

Ela é apontada como a pessoa que dirigia o Jeep Renegade no momento em que foi utilizado na execução de Léo Veras. De acordo com o comissário de Polícia, “Cachorrão” é proprietário de uma série de locais na fronteira onde desova veículos roubados no Brasil e costuma executar serviços de pistolagem para o PCC. “Os chefões da facção criminosa se passam por empresários e vivem em mansões luxuosas ou hotéis. Esses homens terceirizam os pistoleiros e agora temos de entender como funciona essa estrutura”, declarou.

Para concluir, o policial revelou que Ryguasu, que está preso em Dourados (MS), teria ordenado a execução de Léo Veras porque o jornalista teria alertado as autoridades brasileiras de quem realmente se tratava o criminoso. No dia de sua prisão, em Ponta Porã (MS), durante uma discussão no trânsito, ele apresentou uma identidade falsa e seria libertado com o pagamento de uma fiança.

No entanto, após a suposta intervenção de Léo Veras, a Polícia do Brasil descobriu sua verdadeira identidade e Ryguasu foi transferido para Dourados (MS). Ao ser informado sobre o que tinha acontecido, ele determinou que pistoleiros executassem o jornalista brasileiro. Com nfos do site ABC Collor