Reinaldo culpa “bondades” de André pela greve da PC

Na sua obra mais famosa, “O Príncipe”, Nicolau Maquiavel alertava que, “em política, os aliados de hoje são os inimigos de amanhã” e, nos dias atuais, nada mais verdadeiro. Que o digam o atual governador Reinaldo Azambuja e o ex-governador André Puccinelli. 

Em reunião com os representantes dos empresários e produtores rurais, o governador Reinaldo Azambuja deixou escapar que o acampamento montado em frente à Governadoria pelos policiais civis era fruto do “saco de bondades” distribuído pelo seu antecessor em 2014, que concedeu ganhos reais nos vencimentos de diversas categorias dos servidores estaduais. 

Passados três anos da atual administração, Reinaldo Azambuja ainda insiste em culpar André Puccinelli pela situação atual das finanças do Governo do Estado. Ele falou aos empresários que o Estado está praticamente quebrado e não tem condições de atender aos pleitos dos policiais civis, que estão há quase três semanas acampados em frente à Governadoria, no Parque dos Poderes, em Campo Grande, reivindicando aumento salarial.

Que Puccinelli não e nenhum modelo de administração, a tornozeleira eletrônica e os processos a que vem respondendo são as maiores provas. Segundo a Polícia Federal, ele capitaneou o maior esquema de corrupção já visto nesse Estado e que se desenrola agora na operação Lama Asfáltica, em andamento ainda.

Os policiais civis estão indignados com as promessas de um governo que afirma ser responsável e transparente, mas que não cumpre a própria palavra empenhada e assinada. Enquanto isso, Reinaldo alega que os “excessos” cometidos por André em seu último ano no Governo tornou impraticável a concessão de reajuste aos servidores sob pena de não ter como pagar.

Ainda parafraseando Maquiavel, “os príncipes inteligentes tiveram cuidado de não reduzir a nobreza ao desespero, nem o povo ao descontentamento”. Portanto, senhor governador, a prudência aconselha a ficar mais perto do povo para não ter uma surpresa desagradável no pleito do próximo ano.