O vídeo da fuga do criminoso brasileiro Kelvis Fernando Rodrígues, mais conhecido como “Cabelo” e que seria uma das lideranças da facção criminosa brasileira PCC (Primeiro Comando da Capital) no Paraguai, revela que, na realidade, ele estava “hospedado” na clínica particular Viva Vida, em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia que faz fronteira com Ponta Porã (MS), e não internado para tratar de uma enfermidade crônica, como alegou sua defesa para retirá-lo do presídio regional da cidade fronteiriça.
As imagens liberadas pela Polícia Nacional do Paraguai mostram, por exemplo, que foi o próprio Kelvis Rodrígues que às 17h34 do dia 30 de maio colocou para “dormir” um dos agentes penitenciários que estavam fazendo sua escolta na clínica particular. Ele vai até o agente penitenciário e entrega uma garrafa, que continha uma substância que lhe deixou nocauteado.
Ainda no vídeo, é possível observar que o criminoso brasileiro estava em perfeitas condições de saúde, inclusive, um pouco acima do peso e não praticamente agonizante como alegou sua defesa para as autoridades penitenciárias como motivo para tirá-lo da prisão no dia 29 de abril deste ano.
Às 18h45, com um dos agentes penitenciário dormindo, Kelvis Rodrígues sai do quarto e, completamente barbeado, falado com o outro agente penitenciário e um dos seguranças que tinha contratado para protegê-lo no hospital contra possíveis ataques de rivais.
Por volta das 18h53, ele sai do quarto já vestido com um traje de biossegurança utilizado pelos médicos da clínica particular e, minutos depois, vai embora pela porta principal do hospital sem qualquer tipo de oposição e com uma evidente cumplicidade dos agentes de segurança que faziam sua escolta no local.
Kelvis Rodrígues estava preso desde o dia 15 de outubro de 2018 por tráfico de drogas e de armas e contrabando de cigarros do Paraguai para o Brasil, quando caiu em Pedro Juan Caballero apontado por ser um dos “soldados” do PCC no país vizinho. Ele já era procurado pela Polícia Nacional do Paraguai por ser um dos maiores contrabandistas de cigarros na região de Salto del Guairá, no Departamento de Canindeyú, onde, conforme as investigações, pode estar escondido.
Na região, que faz fronteira com Mundo Novo (MS), Kelvis Rodrígues teria uma grande estrutura para a fabricação clandestina de cigarros e, de lá, contrabandear para pelo menos cinco Estados do Brasil – Mato Grosso do Sul, Paraná, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.