Tretas do Trutis: MPE quer ouvir direção nacional do PSL para decidir sobre candidatura

A candidatura do deputado federal Loster Trutis (PSL/MS), mais conhecido como “Trio Trutis”, a prefeito de Campo Grande nas eleições deste ano ainda pode entrar água. Isso porque o MPE (Ministério Público Estadual) quer ouvir a direção nacional do partido para saber, de forma clara, quem poderia ter votado na convenção municipal da sigla para decidir entre o “nobre” parlamentar e o vereador Vinícius Siqueira.

Segundo o site O Jacaré, de acordo com o parecer do promotor eleitoral Luiz Eduardo Lemos de Almeida, o estatuto do partido não põe fim a “irrefragável controvérsia de natureza fática”. O vereador alega que os suplentes não poderiam ter votado e, neste cenário, ele teria derrotado o “Tio Trutis” pelo placar de 3 a 2 e seria proclamado candidato do PSL à Prefeitura da Capital.

Já o Tio Trutis alega que ganhou pelo placar de 4 a 3 e a polêmica está em torno dos votos do vice-presidente, Danny Fabrício Cabral Gomes, e do primeiro tesoureiro Carlos Alberto Gomes de Souza, irmão do deputado federal. Ele argumenta que seguiu o estatuto do partido, mas o vereador teve o próprio voto e mais dois, do vogal Riahd Abdulahad e do secretário-geral Paulo de Matos Pinheiro.

As manifestações e o estatuto do PSL não deixaram claro sobre quem poderia votar na convenção municipal. “Aliás, considerando ter sido ventilada matéria interna corporis (suposta violação ao art. 48-A do Estatuto do Partido Social Liberal), o Parquet eleitoral desde logo vislumbra a necessidade de intimação do diretório nacional do Partido Social Liberal para informar neste processado, de modo claro e objetivo, nome e qualificação de filiados aptos e legitimados a votar na convenção partidária municipal de Campo Grande/MS ocorrida no dia 13 de setembro de 2020”, opinou o promotor eleitoral Luiz Eduardo Lemos de Almeida.

A decisão caberá à juíza Joseliza Alessandra Vanzela Turine, da 44ª Zona Eleitoral da Capital, que poderá se basear nas informações juntadas aos autos ou acatar a recomendação do MPE e pedir ajuda da direção nacional do PSL. O presidente nacional da sigla, Luciano Bivar, já interviu a favor de Trutis. No dia 15 deste mês, ele anulou a decisão da presidente estadual da sigla, senadora Soraya Thronicke, que havia destituído o deputado do comando da comissão provisória municipal.

Isso significa que o diretório nacional poderá dar a interpretação favorável a Trutis, ou seja, de que todos estavam habilitados para votar. Principal nome da oposição ao prefeito Marquinhos Trad (PSD) na Câmara Municipal e um dos pioneiros no movimento a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), Siqueira corre risco de não ser candidato a nada nas eleições deste ano.

Ele rejeitou acordo para disputar a reeleição ou ser candidato a vice na chapa encabeçada por Trutis. Inicialmente, o candidato a prefeito do PSL na Capital seria o deputado estadual Capitão Contar. No entanto, ele acabou substituído por Siqueira, que trocou o DEM pelo PSL. A substituição foi anunciada nas redes sociais por Trutis. No entanto, na reta final, o parlamentar concluiu ser o candidato mais competitivo na disputa e acabou se lançado à prefeitura. Inconformado com o que definiu como “rasteira”, Siqueira recorreu à Justiça e conta com o apoio de Soraya para ser o candidato.

A eleição municipal conta com 15 candidatos a prefeito de Campo Grande. A campanha começa no domingo e o primeiro turno está previsto para o dia 15 de novembro deste ano.

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