TJMS nega habeas corpus a ex-chefe do Cartório preso por envolvimento com o PCC

A 2ª Vara Criminal do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) negou, ontem (19), habeas corpus ao servidor público estadual Rodrigo Pereira da Silva Corrêa, que está afastado do Fórum de Campo Grande após ter sido preso preventivamente e denunciado na “Operação Courrier”, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).

Ex-chefe do Cartório da 1ª Vara de Execução Penal de Campo Grande, Rodrigo Corrêa foi preso no dia 25 de março, durante a ação que mirou no núcleo “Sintonia dos Gravatas” do PCC (Primeiro Comando da Capital). Ele é acusado de integrar organização criminosa, violação de sigilo funcional e corrupção passiva.

Segundo o TJMS, foi alegado no acórdão prova da materialidade e indícios suficientes da autoria, bem como a gravidade dos crimes cometidos. Ainda de acordo com a decisão, não foi configurado constrangimento ilegal na manutenção da prisão em 1º Grau, já que o servidor é acusado de integrar o PCC e violar sigilo funcional, ao repassar informações sigilosas para integrantes da organização criminosa.

Com isso, foi mantida a prisão do acusado. O pedido de habeas corpus e também o processo tramitam em sigilo. O servidor responde desde 2021 a processo administrativo pelos crimes de violação do sigilo funcional. Ele chegou a revelar que tinha ‘dado’ a senha e login de acesso ao sistema sigiloso para um advogado – que depois veio a se tornar a peça-chave da investigação ao delatar o esquema criminoso envolvendo a facção e os ‘gravatas’.

Em ofício, o então juiz da 1ª Vara de Execução Penal relatou que foi observada uma pasta criada no servidor, com documentos sigilosos referentes a presos ligados ao PCC, que tiveram inclusão no Sistema Penitenciário Federal. A pasta não foi criada por nenhum servidor e, assim, foi determinado o cancelamento do acesso pelo ex-chefe de cartório de todas as pastas.

Ainda foi feito pedido para abertura do processo administrativo – que teve parecer favorável para condenação e demissão do servidor em novembro de 2021. No ofício, que consta na denúncia feita pelo Gaeco, é relatado o possível envolvimento do servidor do TJMS com o PCC.

Assim, é dito que isso implica na provável infiltração da organização criminosa nos quadros do Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul, “com acesso a informações sigilosas que podem comprometer a segurança de magistrados, promotores de Justiça, servidores e demais autoridades”. Com informações do site Midiamax