Ronaldinho completa 100 dias esquecido no Paraguai com a expectativa de voltar ao Brasil

O ex-jogador de futebol brasileiro Ronaldinho Gaúcho completa, nesta sexta-feira (12), 100 dias preso no Paraguai em companhia do irmão, Roberto Assis. No dia 4 de março, uma quarta-feira, eles desembarcaram no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Luque, cidade paraguaia que faz parte da grande Assunção, capital do país vizinho, e usaram passaportes falsos para passar pela Imigração.

Depois de dois dias de longas audiências na Justiça do Paraguai, os dois foram presos a pedido do Ministério Público, que os acusou de portar e utilizar documentos falsos. Após mais de três meses de investigações – que resultaram no indiciamento de 14 pessoas e revelaram um esquema de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e produção de documentos falsos – nenhuma outra acusação foi formulada contra os irmãos Assis, além daquela pela qual eles foram detidos.

Nenhum indício de crime por parte dos brasileiros foi encontrado. “A prisão é manifestamente arbitrária e ilegal. O Ministério Público não possui nenhum elemento de prova para mantê-los privados da liberdade. Nenhum! Temos convicção de que em breve a verdade prevalecerá”, declarou o advogado de Ronaldinho e Assis, Sérgio Queiroz.

Há um recurso por ser julgado, que pede a anulação da prisão preventiva, que no Paraguai pode durar até seis meses. Ainda não há um prazo definido para a data do julgamento da apelação. A pandemia do novo coronavírus (Covid-19) tornou mais lentos os processos, mas a defesa do ex-craque confia que um resultado positivo deve sair “em breve”.

Ronaldinho está há mais tempo no país vizinho do que ficou no Fluminense, seu último clube, por onde sua passagem durou exatos 80 dias. Ele e o irmão passaram 32 dias presos na Agrupación Especializada, um quartel da Polícia Nacional do Paraguai transformado em complexo de segurança máxima, que abriga detentos que podem correr risco, como políticos e ex-policiais.

Viralizaram na Internet as imagens de Ronaldinho jogando futsal e futevôlei com outros presos. No dia 7 de abril, a Justiça concordou com o pedido de prisão domiciliar e Ronaldinho e Assis foram transferidos para um luxuoso hotel no centro de Assunção. Hoje, os dois e mais o advogado Sergio Queiroz, que está no Paraguai desde 7 de março, são os únicos três hóspedes do hotel, que também está fechado para outros clientes por causa da pandemia do novo coronavírus.

Ronaldinho e Assis viajaram ao Paraguai a convite da empresária Dalia Lopez, a quem conheceram por meio de um empresário brasileiro, chamado Wilmondes Souza Lira. Dalia Lopez, acusada de liderar o esquema de corrupção e confecção de passaportes falsos, está foragida desde 7 de março. Souza Lira está preso no Paraguai desde o dia 4 de março. O convite incluía a inauguração de um cassino e a participação em ações sociais de uma suposta ONG.