Segundo o site Midiamax, depoimentos das duas funcionárias da vítima, que já estão presas pelo latrocínio – roubo seguido de morte -, confirmam participação da irmã da pecuarista no crime. Nos relatos, a informação repassada aos policiais da Derf (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos) é de que a irmã de Andreia Flores manteve contato com a funcionária envolvida no assassinato.
A funcionária é apontada ainda como amante da vítima e chegou a relatar que recebia muita ajuda financeira da pecuarista para sanar as dívidas que tinha. Ela chegou a trabalhar por 7 anos com a família de Andreia Flores e a participação da irmã da vítima no assassinato teria acontecido após ela pedir ajuda para a funcionária para que documentos de quitação de uma dívida fossem assinados.
A dívida seria da venda de 400 cabeças de gado, em valor aproximado de R$ 8 milhões. Conforme relatado pelas autoras do crime, a intenção da irmã de Andreia Flores era “dar um susto” na vítima, mas não de assassiná-la. A irmã ainda teria dito para a funcionária que a pecuarista tinha problemas com bebidas e que ela deveria se aproveitar de um momento de vulnerabilidade para fazer com que a pecuarista assinasse os documentos e, para isso, receberia R$ 50 mil.
Com a proposta, a funcionária teria dias antes conseguido fazer com que Andreia assinasse os papéis. No entanto, a pecuarista acabou rasgando os documentos depois. Andreia Flores e a irmã eram investigadas pela Polícia Federal por contrabando de joias do exterior, além de tráfico de drogas. A família, envolvendo também a mãe das duas irmãs, tinha brigas judiciais por questões de herança, compra e venda de gado em valores que chegavam aos R$ 8 milhões.
As irmãs eram apontadas pela Polícia Federal como distribuidoras de drogas em um outro condomínio de luxo em Campo Grande. O cunhado de Andreia Flores também era investigado. Há ainda a informação de que a família teria tentado assassinar um traficante para roubar R$ 600 mil. Em outubro de 2021, a pecuarista procurou a Polícia Civil para relatar que foi vítima de ameaças por um desconhecido.
Ela recebeu mensagens de número desconhecido, pelo WhatsApp, exigindo R$ 40 mil pelo silêncio do suspeito. Caso contrário, o filho da vítima receberia fotos comprometedoras de Andreia Flores. Na ameaça, o autor dizia que a vítima tinha um prazo de meia hora para fazer a transferência do valor, ou as fotos seriam enviadas. A vítima não soube dizer na época se o autor do crime era um homem ou mulher.
Junto com a filha e o cunhado, a funcionária teria arquitetado o plano do falso roubo, chamando o cunhado para executar o plano. O trio teria se encontrado em uma pastelaria, no Tiradentes, para acertar detalhes do plano, três dias antes. Mãe e filha ainda teriam ido até uma loja para comprar um simulacro de arma de fogo e um boné.
No dia do crime, as duas funcionárias foram até ao supermercado deixando o carro sem travar, para que o cunhado entrasse e fosse com elas até o condomínio. Ainda no mercado, o cartão delas não teria passado pela compra de R$ 700 e Andreia Flores, então, teria feito um PIX no valor de R$ 1 mil.
Quando chegaram ao condomínio, o homem desceu do carro com a sobrinha, enquanto a funcionária permaneceu no veículo, para ‘dar fuga’. Ela chegou a dizer em depoimento que pensou em desistir do crime, mas que o cunhado insistia. Ele ainda teria dito que, ao invés de exigir R$ 50 mil de pecuarista, pediria R$ 80 mil, para que, caso fossem pegos, ‘o crime valesse a pena’.
Andreia Flores estava na sala quando os autores entraram. O homem a agrediu, tampou a boca da vítima com um pano e a esganava. Ela acabou desfalecendo e, após perceber a demora, a funcionária entrou na casa, encontrando a vítima já desacordada. Os suspeitos então levaram a vítima para o andar de cima.
A pecuarista foi colocada em um quarto, na cama, e a funcionária chegou a jogar água para ver se ela acordava. Os suspeitos fugiram e mãe e filha ainda mentiram sobre o sequestro. Assim que as equipes policiais chegaram no condomínio, as funcionárias disseram que tinham sido sequestradas no supermercado e obrigadas a levar dois bandidos até a casa da vítima.
Mas, foi descoberto pela investigação que as duas funcionárias teriam chamado o cunhado de 23 anos de uma delas para participar do falso roubo. O trio pretendia obter uma importância aproximada de R$ 20 mil que deveria ser exigida da vítima mediante transferência bancária PIX no momento do assalto.
Sobre outra investigação tocada pela Polícia Civil que tinha Andreia como autora, em relação a tentar manter o ex-marido, o delegado Francis Flávio Tadano Freire, da Derf, confirma que existe a apuração, mas que não há relação com o crime desta quinta-feira (28).
Ainda segundo a polícia, a pecuarista tinha relação de anos com as funcionárias. Ela seria, inclusive, madrinha de um dos filhos das mulheres. As duas devem passar por audiência de custódia somente no sábado (30).
Vai vendo!!!