A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse, ontem (25), que há mais de 20 inquéritos abertos pela Polícia Federal para investigar incêndios no Pantanal. A informação foi repassada em coletiva de imprensa, na sede do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), em Brasília (DF).
Segundo a ministra, a força-tarefa do governo federal trabalha com informações de satélite para apurar as origens e causas das chamas nos mais diferentes biomas, com equipamentos capazes de “retroceder e encontrar a origem do fogo”.
“Temos 31 inquéritos em andamento, começamos no Mato Grosso, com três, e estamos em mais de 20 no Pantanal, e isso vai ampliando. A operação vai em processo de espiral, quando mais informação se tem, você alimenta o sistema e vai chegando na rede que faz a propagação do incêndio. Se é doloso ou culposo, a investigação que vai trazer”, afirmou a ministra.
As investigações são de responsabilidade da Polícia Federal. O Pantanal é o bioma onde há mais investigações em andamento. Segundo a ministra, no total, são 31 inquéritos que apuram incêndios, sendo 20 no Pantanal, dois em São Paulo e os demais na Amazônia.
Em visita ao Pantanal sul-mato-grossense no mês de junho, a ministra já havia afirmado que a maioria dos incêndios registrados no bioma ocorrem por ação humana, seja por ateamento criminoso ou por alguma ação culposa que sai do controle.
Mais de 13% do Pantanal foi atingido pelos incêndios florestais, o que equivale a mais de 2,03 milhões de hectares queimados. O avanço da devastação do fogo atingiu um nível intenso neste mês.
No prazo de 20 dias, entre os dias 2 e 22, os números que mostram a evolução do fogo também indicam um aumento de área queimada de 107%.
No sábado (24), chuvas atingiram a região e ajudaram a apagar alguns focos de incêndio, mas os bombeiros seguem mobilizados no combate. Equipes do Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Sul foram enviadas ao Estado para ajudar e iniciaram o trabalho ontem.
Isto porque, mesmo com a chuva e queda nas temperaturas, a previsão indica mais calor e baixa umidade ao longo da próxima semana, com tendência de que a situação de incêndios no Pantanal continue crítica até setembro.