Polêmica à vista! Decisão do Governo de fechar escola no Flamboyant revolta lideranças indígenas

Polêmica à vista? Uma decisão do Governo do Estado na área de educação em Campo Grande pode trazer problemas às vésperas de ano eleitoral e transformar o apoio da administração estadual um abacaxi para quem recebê-lo. Tudo porque o Governo do Estado, por meio da Secretaria Estadual de Educação, anunciou o fechamento da Escola Estadual Professor Carlos Henrique Schrader, no Bairro Flamboyant.

O problema é que, além dos alunos e professores da comunidade, a decisão vai afetar as crianças indígenas da Aldeia Indígena Urbana Marçal de Souza, localizada no Bairro Tiradentes. A notícia caiu como uma bomba entre as lideranças indígenas, que recorreram à OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso do Sul) para protocolar um documento para barrar a desativação.

Segundo o cacique Josias Jordão Ramires, o maior medo da comunidade é a desistência em massa por parte dos alunos e tudo o que eles querem é que seja cumprida a convenção 169 da OIT (Organização Internacional do Trabalho) que dispõe sobre os povos indígenas e tribais.

“Hoje nós temos mais de 200 alunos indígenas sendo atendidos pela escola, 63% dos 427 que estão sendo atingidos pela medida, um deles inclusive é aluno especial. Nós tememos que isso cause a desistência desses alunos. Esse aluno especial inclusive tem um acompanhamento direto da escola, a professora chora quando fala dele porque hoje ele escreve o nome dele. Nós queremos que eles cumpram a resolução que é um tratado internacional”, explicou o cacique ao site Midiamax.

Junto com o cacique, o vice-presidente da comunidade Rodrigo Soares, alerta ainda para as dificuldades que as famílias passam e que o deslocamento desses alunos para um local distante traz também uma preocupação para a liderança. Ele explica que a realidade de muitas famílias do portão para dentro das casas não é das melhores, muitas vivem com uma renda baixa, e aí tem o custo do deslocamento, porque passe de estudante atrasa.

Sobre a reunião com a OAB-MS, Josias informou que nesta segunda-feira (25), a liderança vai até a ordem e será protocolado um documento e manifestações de rua são a última opção. Ele relata que a escola é importante para a comunidade, pois são mais de 30 anos de história.

As lideranças estão se baseando no artigo 7º da Convenção 169 que diz, de forma resumida, que a comunidade deve ter o direito de escolha das suas prioridades, principalmente nas medias que afetem as suas vidas, crenças, instituições e bem-estar espiritual, além da participação dos povos na formulação, aplicação e avaliação dos planos e programas de desenvolvimento que possam afetá-los.

Caso mantenha a decisão, o Governo do Estado pode estar dando um tiro no pé e em um momento que sonhava retomar a Prefeitura de Campo Grande com apoio ao atual prefeito na campanha de reeleição. O certo é que essa situação ainda vai dar muita dor de cabeça para os lados do Parque dos Poderes.

Vai vendo!!!