Pilantragem corria solta! Ex-secretário de Maracaju é preso no Paraná, enquanto prefeito segue foragido

O mandado de prisão temporária contra o ex-secretário de finanças de Maracaju, Lenilso Carvalho Antunes, foi cumprido, na noite de ontem (22). em um hotel de luxo de Umuarama, no Paraná, no âmbito da “Operação Dark Money”. Agora, apenas o ex-prefeito do município, Maurilio Ferreira Azambuja, segue foragido, sendo que equipes seguem em buscas pelo acusado que não estava em na casa e nem na fazenda.

Com o ex-secretário, os investigadores do GDE (Grupo de Diligências Especiais) da Polícia Civil do Paraná ainda apreenderam R$ 5,6 mil em espécie e um veículo. Durante a operação, conforme o DRACCO (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), foram apreendidos, celulares, eletrônicos, documentos, 10 veículos, um barco com carretinha, discos rígidos e foi feito bloqueio de diversas contas bancárias, tanto de pessoas físicas como jurídicas. Ao todo, foram R$ 109 mil apreendidos em cheques e R$ 143 em espécie.

Com exceção do ex-prefeito, seis mandados de prisão temporária foram cumpridos: o ex-secretário de finanças do município, Lenilso Carvalho Antunes, Daiana Cristina Kuhn, que já foi secretária municipal de Administração, Iasmin Cristaldo Cardoso, que atuou como diretora do Departamento de Tesouraria, Pedro Emerson Amaral Pinto, que é dono da Tapeçaria Lobo, Moisés Freitas Victor e Fernando Martinelli Sartori, que atuou como assessor especial de gabinete do ex-prefeito.

Fernando Martinelli mantém ainda ao menos um contrato de R$ 60 mil com a Prefeitura para sublocação de parte da Fazenda Serrinha. Todos os presos já foram submetidos ao exame de corpo de delito e também à audiência de custódia, realizada pelo juiz da 1ª Vara de Maracaju. O material apreendido e os suspeitos presos durante a Operação Dark Money já estão na Capital, sendo que o comboio composto por viaturas da Polícia Civil e pelos carros confiscados chegou por volta das 19h30 de ontem à sede do DRACCO, na região do Jardim Seminário.

Operação Dark Money

A ação mira servidores públicos que atuaram no alto escalão do executivo municipal nos anos de 2019/2020, bem como empresários e empresas com envolvimento no esquema. O desvio dos cofres públicos chegou à ordem de R$ 23 milhões, segundo a polícia. Ainda conforme o DRACCO, foi constatada a criação de uma conta bancária de fachada, diversa da oficial e não declarada aos órgãos de controle interno e externo do município, por onde foram promovidos mais de 150 repasses de verbas públicas em menos de 1 ano.

A partir de negócios jurídicos dissimulados, integrantes do alto escalão da prefeitura emitiram mais de 600 lâminas de cheques, que totalizaram mais de R$ 23 milhões, a empresas, sem qualquer embasamento jurídico para amparar os pagamentos. Muitas das empresas beneficiárias dos valores não mantinham relação jurídica com a prefeitura — licitação, contrato ou meio legal que amparasse a transação financeira.

 Além disso, não havia emissão de notas fiscais e os valores não eram submetidos a empenho de despesas. As ações foram realizadas em Maracaju, Corumbá, Ponta Porã e Campo Grande e envolveram 60 policiais civis do Estado e ainda na cidade de Umuarama através de uma equipe da Polícia Civil do Paraná.