PF não avança em suposto atentado contra “Tio Trutis” e quase 4 três meses depois, nada. Vai vendo!

Na manhã do dia 16 de fevereiro deste ano, o deputado federal Loester Trutis (PSL/MS), mais conhecido como “Tio Trutis”, usava as suas redes sociais para informar os seus eleitores que teria sido alvo de um suposto atentado a tiros quando transitava pela BR-060, sentido Campo Grande-Sidrolândia, a bordo do seu Toyota Corolla acompanhado por sua equipe política.

Passados mais de três meses da alegada tentativa de assassinato, a Polícia Federal, que assumiu a investigação do provável crime em razão de a vítima ser um deputado federal e ter foro privilegiado, ainda não tornou pública nenhuma informação a respeito do caso. Será que a pandemia mundial do novo coronavírus (Covid-19) está impedindo os agentes da PF de elucidarem o caso? Ou será que não tem nada para ser elucidado?

A verdade é que o mistério continua e, pelo menos até o momento, a PF ainda não conseguiu encontrar evidência que aponte a autoria do atentado ou, caso tenha encontrado, não divulgou. Porém, nenhuma hipótese é descartada pelos policiais federais responsáveis pelo inquérito já foi prorrogado por duas vezes para desespero ou alívio do Tio Trutis, que, estranhamente, parece que também não está muito preocupado com o desfecho do caso.

A Superintendência Regional de Polícia Federal de Mato Grosso do Sul designou uma equipe exclusiva para o caso, com um delegado e três agentes, sendo que o trabalho de perícia figura entre os prioritários. As diligências são conduzidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e o trabalho de investigação corre em sigilo.

No entanto, conforme apurou o Blog do Nélio, a apuração ainda não conseguiu indícios suficientes para identificar o autor do atentado contra o “nobre” parlamentar. As investigações esbarram na falta de testemunhas e a dificuldade de se apontar possíveis autores por meio dos elementos analisados pela perícia, afinal, o “atentado” aconteceu no meio do nada e as únicas testemunhas são as vítimas, ou seja, Tio Trutis e o seu motorista.

O deputado federal apontou, na época, que teria sido alvo de uma emboscada armada pelas organizações criminosas que atuam em Mato Grosso do Sul. Entretanto, a PF estaria também procurando relação do crime com possíveis adversários ou pessoas com quem Tio Trutis tivesse algum tipo de desavença.

Adversários políticos

Em discurso feito no plenário da Câmara dos Deputados alguns dias depois do suposto atentado, Tio Trutis acusou suposta organização criminosa que patrocina políticos de Mato Grosso do Sul. Sem citar nomes, ele disse que a emboscada foi armada pela “quadrilha” que ajudou a eleger os últimos três governadores de Mato Grosso do Sul.

Na época, ele e o motorista foram alvos de nove disparos de submetralhadora .40 a caminho de Sidrolândia e afirmou que estava vivo “graças a Deus, a habilidade do motorista e da pistola 380”. O parlamentar estava armado e revidou o ataque, conforme informou em postagem no Facebook.

Ainda no discurso de seis minutos, ele leu matérias divulgadas pelos meios de comunicação sul-mato-grossenses, os quais acusa de serem comprados e de não lhe darem espaço, sobre a Operação Omertà, que prendeu os empresários Jamil Name e Jamil Name Filho, acusados de chefiar organização criminosa.

Ele só não falou que os dois estão presos na Penitenciária Federal de Mossoró (RN) e isolados, sem qualquer contato desde 12 de outubro do ano passado. “Os leigos e engraçadinhos ‘esquecem’ que no MS o crime organizado sempre teve participação na política. Cigarreiros, traficantes e líderes de esquadrões da morte se tornaram vereadores, deputados, e quase fizeram até um governador”, afirmou.

“Todo mundo sabe do que estou falando, mas ninguém toca no assunto. Esses políticos, com a ajuda do crime organizado, colocam milhões de reais na imprensa local, que por isso também não é confiável. Igualmente, ninguém tem coragem de dizer isso! Então, antes de fazer uma piada ou dizer que foi uma simulação, lembre-se que esse grupo está em todas as esferas do poder há mais de 30 anos, e em 2018 eu quebrei esse ciclo ficando com uma das vagas de deputado federal”, destacou Tio Trutis.

“E pior, não me deixei intimidar pelos políticos que tem ligação com esses grupos! Agora um ‘consórcio’ de inimigos se une para acabar comigo”, completou o parlamentar, sem mencionar o nome de nenhum integrante do consórcio, mas insinuou de serem ligados à família Name. Tio Trutis disse que passou a ser perseguido porque não aceitou colaborar com o grupo criminoso e voltou a atacar os deputados estaduais. Em discurso duro e sem apresentar as acusações, ele afirmou que “um terço dos deputados estaduais deveria estar preso”.

Em seguida, ele destacou que o atual líder do Governo na Assembleia Legislativa, deputado estadual Gerson Claro, teria se gabado que não conseguiu mais votos porque estava preso. “Quero dizer para as pessoas de Mato Grosso do Sul que não vão me intimidar, não vão me calar”, bradou na tribuna da Câmara dos Deputados.

Tio Trutis ainda acusou os colegas de parlamento de pagar a imprensa sul-mato-grossense para destruir a sua reputação, porque ele não teria aceitado a proposta do crime organizado. “Recuso a falar com a imprensa de MS”, afirmou.

Vai vendo!!!!