Ao prestar depoimento como informante nesta segunda-feira (17) durante o júri popular do empresário campo-grandense Jamil Name Filho, o “Jamilzinho”, pela execução do acadêmico de Direito, Matheus Coutinho Xavier, o pai dele, o ex-capitão PM Paulo Roberto Teixeira Xavier, o “PX”, contou os últimos momentos de vida do jovem.
Com a voz embargada ao falar do filho e relembrá-lo como “menino de ouro”, PX disse que naquele dia estava de fone de ouvido estudando e pediu para o Matheus Coutinho Xavier buscar o irmão na escola.
Uma mulher que trabalhava na casa disse que ouviu barulho e pareciam tiros e que seriam na caminhoneta. Quando PX saiu para ver se era a dele encontrou o filho baleado e muito sangue.
“Dirigia com uma mão e com outra segurava o corpo do meu filho. Com uma mão segurava ele, conversava com ele, ele ainda respirava gemia”, lembrou com a voz trêmula, segurando as lágrimas.
Em seguida pegou a Avenida Afonso Pena, passou pelo canteiro central e ainda perto da Santa Casa falava com Matheus Coutinho Xavier.
“Meu amado filho ainda respirava com dificuldade e eu dizia para ele, eu dizia resista, resista” contou, gesticulando como o sangue saía pela boca e nariz do rapaz. “São situações que não esqueço nenhum segundo. Meu amado filho naquela situação”, lamentou.
Ele disse que ao chegar ao hospital o filho já não estava respirando. “Eu falava ali na frente, salva o meu filho. Eu vi que um balançou a cabeça negativa, mas disse vamos levar. Eu fiquei esperando porque não podia entrar, logo veio uma psicóloga falando que ele tinha falecido”, declarou.
PX lembra que o filho, que completaria 25 anos daqui um mês, no dia 17 de agosto, estava no primeiro ano da faculdade de Direito e tinha sido chamado pra fazer júri simulado e ensaiava em casa.
“Depois do júri ele falou que queria ser promotor de Justiça, porque não há quem nessa terra que trabalhe tanto em prol da sociedade”, afirmou.
Menino honesto, de muita amizade. Não saía para baladas, era de levar os amigos em casa. “Matheus tinha namorada, era pra estar formado. Se estivesse aqui seria um bom homem, escrevia livros, já estava no segundo livro”, resumiu PX.
Antes do julgamento começar, ainda nas primeiras horas da manhã, PX falou ao Jornal Midiamax que espera pela condenação dos acusados. “Que sejam condenados para que outros inocentes não sejam brutalmente assassinados neste Estado”, falou o ex-capitão PM.
Ele disse ter certeza da condenação dos acusados. “Irão responder aqui na terra pelo crime que cometeram e principalmente junto a Deus, pois o que fizeram com meu amado filho foi coisa de animais”, finalizou. Com informações do site Midiamax