MPT resgatou no ano passado 87 pessoas em MS mantidas como escravas

O MPT (Ministério Público do Trabalho) divulgou, ontem (29), que no ano passado 87 pessoas foram resgatas em Mato Grosso do Sul em situação semelhante à escravidão. Em todo o Brasil, o número chegou a 3.190 trabalhadores, o maior número registrado nos últimos 14 anos.

 

Ainda segundo o levantamento do MPT, a instituição participou de 255 operações de combate ao trabalho escravo em 2023. Também no ano passado, o MPT firmou 218 termos de ajuste de conduta (TACs), ajuizou 19 ações civis públicas e garantiu aos trabalhadores R$ 9,7 milhões em indenizações por dano moral coletivo.

 

Cabe destacar que em Mato Grosso do Sul foram contabilizados 11 termos de ajuste de conduta e dez ações civis públicas. Os estados com o maior número de trabalhadores resgatados foram Goiás (739), Minas Gerais (651) e São Paulo (392).

 

Já entre os setores com maior quantidade de pessoas resgatadas estão o cultivo de café, com 302, e a cana-de-açúcar, com 258. 

 

O coordenador nacional de Erradicação do Trabalho Escravo e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (Conaete), Luciano Aragão, destacou que o número recorde de trabalhadores resgatados demonstra a necessidade de maior reflexão sobre o problema pela sociedade e pelas instituições para que os esforços sejam ampliados no sentido de erradicar o trabalho em condições análogas à escravidão.

 

A vice-coordenadora nacional da Conaete, Tatiana Simonetti, reforçou que o MPT tem ampliado de forma sistemática a sua atuação na redução das vulnerabilidades sociais das trabalhadoras e dos trabalhadores potencialmente vítimas de trabalho em condições análogas à escravidão e contra as principais cadeias produtivas nas quais o trabalho escravo foi identificado.