Já virou novela: Laudo sobre Fahd Jamil não tem prazo para sair, seu filho ainda está foragido

O Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) informou ontem que não tem como entregar nesta sexta-feira (30) o laudo da perícia médica feita no empresário ponta-poranense Fahd Jamil, 79 anos, que está preso em uma cela no Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros) desde o dia 19 de abril. Esse era o prazo previsto durante audiência de custódia feita no dia 20 de abril, mas o perito responsável pediu mais tempo, sob alegação de não ser possível responder às perguntas sobre a saúde do preso formuladas por defesa e acusação.

O documento do Imol vai determinar a decisão do juiz Roberto Ferreira Filho, da 1ª Vara Criminal de Campo Grande, sobre o pedido de prisão domiciliar feito na semana passada, quando a preventiva do réu na Operação Omertà foi mantida. Os quesitos sobre o estado de saúde de Fahd Jamil dependem de resultados de exames novos a serem feitos e aqueles entregues pela defesa estão desatualizados.

Conforme a informação obtida junto à equipe de assessoria do magistrado, foi dado novo prazo, além de solicitado aos advogados que providenciem os exames necessários. O perito terá cinco dias, depois dos resultados em mãos, para fazer o laudo. O “Rei da Fronteira”, conforme seus representantes legais, tem saúde frágil para ficar encarcerado. A alegação é de que tem diabetes, hipertensão, problemas na coluna, além de respirar com apenas 30% da capacidade de um dos pulmões. O outro foi retirado em razão de um câncer.

Foragido desde 18 de junho do ano passado, quando foi alvo da Armagedon, a frase 3 da operação Omertà, Flávio Correa Jamil Georges, o “Flavinho”, 38 anos, continua foragido. Não há informação de que ele deva seguir o caminho do pai, Fahd Jamil, 79 anos, que se apresentou nesta manhã do último dia 19 em Campo Grande, depois de 10 meses como fugitivo da polícia.

Intimação

Ainda na tarde de ontem, foi expedido um mandado de intimação de Fahd Jamil para participar de audiência no processo em que é réu, sobre a investigação da morte de Ilson Martins Figueiredo, ocorrida em julho de 2018. Após a prisão no dia 19 de abril, esta pode ser a primeira audiência em que o réu deve participar.

Conforme o mandado, expedido pelo juiz Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, a audiência deve ocorrer em 20 de maio, às 13h30, e será feita por videoconferência. O réu também foi intimado para outra audiência, no dia 27 de maio, sobre o mesmo caso. No momento, ainda são ouvidas testemunhas.

Segundo a denúncia oferecida pelo MPE (Ministério Público Estadual), a execução aconteceu em 11 de junho de 2018, por volta das 6h30 na Avenida Guaicurus. A princípio, Melciades Aldana, Marcelo Rios e Juanil Miranda teriam agido a mando dos outros denunciados, matando Ilson a tiros de fuzil calibres 762 e 556.

Durante as investigações, foi apurado que o crime teria ocorrido a mando de Fahd, Flavinho, Jamil Name e Filho. Ainda foi apontado que Melciades seria homem de confiança, responsável por levantar informações das vítimas do grupo e trajeto que realizavam, para que fosse possível a emboscada.

Como motivação, o MPE apontou que teria ligação com o desaparecimento – posteriormente dado como morte – de Daniel Alvarez Georges, filho de Fahd. Ele desapareceu em maio de 2011 e após anos de investigação foram apontados como responsáveis Claudio Rodrigues de Souza, o ‘Meia Água’, Alberto Aparecido Roberto Nogueira, o “Betão” e Ilson Martins.

Meia Água foi assassinado em setembro de 2015, com vários tiros em Jandira (SP). Já Betão foi encontrado morto em Bela Vista em 21 de abril de 2016. Por isso, a investigação apontou para crime de vingança na morte de Ilson. No dia do crime, o grupo utilizou uma Toro vermelha e uma SW4 branca.

Eles seguiram Ilson, que foi fechado e bateu em um muro. Em seguida, foi atingido pelos tiros de fuzil ainda dentro do Kia Sportage. O grupo fugiu e os veículos foram encontrados abandonados momentos depois.