Fronteira termina 2021 com 203 execuções e inicia 2022 com 3 assassinatos em 24h

A fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul encerrou o ano de 2021 com 203 execuções por pistolagem, um aumento de 48,3% em relação ao ano de 2020, quando foram 137 assassinatos na região. Além disso, em menos de 24 horas do ano de 2022 já foram registrados três assassinatos em cidades fronteiriças.

No ano passado, das 203 execuções, o mês mais violento foi o de dezembro, com 29 assassinatos, seguido por março, com 21, agosto e novembro, com 19 cada um, maio, com 18, setembro, com 17, junho, julho e outubro, com 16 cada um, janeiro, com 14, fevereiro, com 10, e abril, com 8 mortes.

Já nos dois primeiros dias de 2022 foram três assassinatos na fronteira em menos de 24 horas. As duas primeiras execuções foram de Celso Ariel Escobar Centurión, 26 anos, e Hugo Javier Brítez Ozuna, 23 anos, que foram mortos na madrugada de 1° de janeiro durante uma festa de Ano Novo em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia que faz fronteira com Ponta Porã (MS).

Pistoleiros encapuzados invadiram o local e ainda deixaram outras duas mulheres feridas. O crime aconteceu em uma casa de dança chamada Quincho Delgado, no Bairro Virgen de Caacupé.  Os pistoleiros não foram identificados e estavam em um carro de cor escura. O comissário chefe da 3ª Delegacia de Pedro Juan, Federico Samudio, disse que os autores chegaram ao local por volta das 3h30 encapuzados e foram até os dois homens atirando.

“Estavam várias pessoas no local, mas ninguém quis dar a sua versão, à primeira vista, os tiros que foram disparados com armas de grande calibre e pequenas foram impressionantes. É difícil precisar quantos tiros receberam, um dos corpos ficou sem cabeça”, disse o delegado.

As mulheres que foram atingidas foram identificadas como Grelsy Martínez Ramírez, 21 anos, que foi atingida em uma das nádegas, e Luz Marina Ibáñez Centurión, 22 anos, atingida na coxa esquerda. Ambas foram levadas para atendimento médico.

Celso Centurión tem registro por homicídio doloso, violação da Lei de Armas e resistência, enquanto Hugo Ozuna tem registro por roubo qualificado. Ambos seriam responsáveis por diversos assassinatos na região da fronteira e um deles chegou a ficar com a cabeça totalmente destruída por conta da quantidade de tiros.

A segunda execução foi Pedro Luis Carneiro Arevalos, 19 anos, mais conhecido como “Goyi Paraguaio”, que foi morto com tiros na cabeça durante a noite deste sábado (1°) na Colônia Pira’u, localizada na zonal rural de Capitán Bado, cidade paraguaia que faz fronteira com Coronel Sapucaia (MS).

Conforme informações divulgadas pela Polícia Nacional do Paraguai, dois homens em uma moto foram até a casa de Pedro Arevalos na noite de sábado. Um dos suspeitos chegou a falar com ele e fazer perguntas. No meio da conversa, no entanto, sacou uma pistola calibre 9 mm e disparou várias vezes contra a vítima.

A maioria dos disparos acertaram a cabeça de Pedro Arevalos, que morreu no local. Depois do crime, os dois homens fugiram de motocicleta e estão sendo procurados pela Polícia Nacional do Paraguai. A vítima é apontada como autora de homicídio em 2019.