Fahd revela que “é caçado” pelo PCC na fronteira e que tem renda de R$ 2,7 mi ao ano

Durante audiência de custódia realizada quando a prisão preventiva foi mantida pelo juiz Roberto Ferreira Filho, da 1ª Vara Criminal de Campo Grande, o empresário ponta-poranense Fahd Jamil Georges, de 79 anos, disse que seu principal “ganha pão” disse viver das fazendas que tem e ganha, por ano, entre R$ 2,5 milhões e R$ 2,7 milhões. Além disso, apontado por décadas como chefe do crime organizado na fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul e nunca tendo cumprido pena por isso, ele disse ter sido bem tratado desde que se entregou às equipes da Operação Omertà em Campo Grande (MS) para cumprir mandado de prisão em aberto há 10 meses.

Fahd Jamil falou que se sente seguro no Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo Banco Assaltos e Sequestros), onde está abrigado desde segunda-feira (19). Ainda na audiência, ele contou que o “PCC anda atrás de mim em Ponta Porã”. Ao ser indagado pelo magistrado sobre o risco que correria no sistema prisional, o preso citou as ameaças do PCC. O juiz, então, perguntou se ele se sentiria seguro na cidade onde sempre viveu e mantém negócios – Ponta Porã (MS).

Depois de afirmar que gostaria de ficar “em casa” e não preso, Fahd Jamil declarou que há risco grande na cidade. “Eu não posso andar muito na cidade, por causa do PCC, porque eles estão alojados no Paraguai”, disse. As ameaças, segundo afirmou, foram textuais, recebidas há cerca de 45 dias. Os advogados dele dizem já ter comunicado a delegacia local sobre isso.

Como é rotineiro nas audiências desse tipo, o juiz também perguntou a Fahd Jamil sobre o momento da prisão em si, se houve algum tipo de ilegalidade, violência. O senhor do outro lado do vídeo, na sala do Garras destinada à videoconferência, destacou não ter sido preso. “Eu me apresentei, eu não fui preso”.

Afirmou não ter sido maltratado pelos policiais e estar “bem seguro” na unidade de elite da Polícia Civil. Mas pontuou. “Eu queria não estar preso”. Com a voz firme, ao ser indagado sobre as condições de saúde, comentou ter problemas pulmonares já faz 15 anos. Informou tratar-se em São Paulo, onde fez tratamento de câncer.

Os advogados dizem que ele tem um dos pulmões apenas e o outro com capacidade de 30%.  O preso relatou precisar de dois aparelhos, um para inalação durante o dia e outro para conseguir respirar a noite que é, segundo ele, “colocado no nariz”. Comentou, ainda, que o pulmão está “grave”.

“Não que eu saiba”, respondeu sobre outros problemas de saúde A defesa, alega saúde debilitada como motivo para o cliente não ficar na cadeia. Diabetes e hipertensão são outras enfermidades citadas. Depois das perguntas de Roberto Ferreira Filho, o advogado Gustavo Badoró fez perguntas e aí, provocado por ele, Fahd afirmou ter dores na coluna e hipertensão, além de sentir falta de ar para tomar banho sozinho.

Ficou decidido durante a audiência a realização de perícia médica para embasar nova avaliação do magistrado.  Por enquanto, Fahd Jamil vai ficar preso em cela do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros), dormindo em colchão no chão. Na audiência de custódia, foi dado prazo até esta quinta-feira (22) para defesa e acusação apresentarem os quesitos ao período sobre a saúde do réu. Depois, o resultado deve ser entregue em 5 dias ao juízo.

Se isso não acontecer, poderá haver decisão sem o laudo pericial. Foi destacado pelo magistrado o fato de a audiência não tratar das acusações em si, mas sim do momento da prisão e de sua regularidade. Fahd Jamil Georges é acusado de chefiar – junto com o filho Flavio Jamil Georges, 43 anos, que está foragido – organização criminosa dedicada ao tráfico de armas, milícia armada, corrupção de agentes públicos e assassinato. Com informações do site Campo Grande News