Ex-prefeito da Capital, Gilmar Olarte, gerente do Safra e empresário viram réus por falso leilão

Aos poucos, o ex-prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte (sem partido), começa a ser punido pelas falcatruas, desvios de recursos públicos, corrupção, lavagem de dinheiro e golpes praticados enquanto ainda era chefe do Executivo da Capital.

 

De acordo com o site O Jacaré, o juiz Márcio Alexandre Wust, da 6ª Vara Criminal de Campo Grande, aceitou a denúncia por estelionato contra Gilmar Olarte e também contra a gerente do Banco Safra, Alessandra Carilho de Araújo, e contra o empresário Diego Aparecido Francisco.

 

Agora, os três são réus por terem aplicado o golpe do falso leilão de um prédio em um casal de evangélicos, que acabou tendo prejuízos de R$ 800 mil. O magistrado concluiu que as provas demonstram que houve o suposto crime.

 

Um casal de empresários, que conheceu Olarte na igreja Assembleia de Deus Nova Aliança do Brasil, caiu no golpe de que comprariam um prédio na Avenida Gunter Hans, no Jardim Tijuca.

 

 “A prova produzida, in status assertionis, demonstram: que o acusado Gilmar Antunes Olarte realizou tratativas de celebração de contrato de compra e venda, com D. e M. cujo objeto era o imóvel localizado (…) nesta capital, de propriedade de terceira pessoa”, destacou o juiz Márcio Alexandre Wust.

 

Ainda conforme o magistrado, o ex-prefeito atestou ao casal que Diego Aparecido Francisco “era especialista em transações imobiliárias”. O técnico em pavimentação, que também se apresenta como empresário, também se apresentou como “advogado especializado em transações imobiliárias” e intermediou as negociações com o Banco Safra, por meio da gerente Alessandra Carilho de Araújo para abertura de conta e celebrações dos contratos de empréstimo.

 

Ele ainda descreveu que há provas do repasse de R$ 50 mil para Diego, como sinal, e do empréstimo de R$ 350 mil. “Todos os atos foram praticados no escritório do acusado Diego Aparecido Francisco”, relatou.

 

Os réus deverão apresentar a manifestação sobre a denúncia no prazo de 10 dias, apontando se vão apresentar documentos e arrolar testemunhas. Preso para cumprir a pena de oito anos e quatro meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Olarte ainda não se manifestou.

 

O curioso é que ele cumpre pena por ter aplicado golpe do cheque em branco em fiéis da mesma denominação religiosa. O caso chegou a ser tema de reportagem do Fantástico quando Olarte ainda era prefeito de Campo Grande.

 

O ex-prefeito também foi condenado a quatro anos por ocultar R$ 1,3 milhão na compra de terreno e na construção de uma mansão no residencial de luxo Damha II. O MPE (Ministério Público Estadual) pediu a condenação pela compra de mais nove imóveis, mas o juiz Roberto Ferreira Filho, da 1ª Vara Criminal, negou o pedido.

 

A 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça está julgando os recursos. O desembargador José Ale Ahmad Netto negou o pedido do MPE e dos réus e manteve a condenação em quatro anos. O desembargador Carlos Eduardo Contar pediu vista e o julgamento deverá ser concluído no dia 11 de abril deste ano.

 

Alessandra de Araújo alegou que o empréstimo foi feito para a empresa em nome da filha do casal e pediu a rejeição da denúncia. Diego ainda não se manifestou no caso. Ele foi denunciado por estelionato em mais nove ações. O técnico em pavimentação também foi denunciado por ter ameaçado um homem de morte.