Delegado vê história “nebulosa” em morte de PRF que agrediu esposa e atirou no amante no motel

O delegado de Polícia Civil Nilson Friedrich considera muito “estranha” e “nebulosa” a morte do policial rodoviário federal Tony Emerson Moretto, 38 anos, que encontrado em uma estrada rural, no último domingo (28), dois dias depois de agredir a ex-esposa e atirar contra o amante dela dentro de um motel em Campo Grande (MS).

Segundo ele, não foram encontradas marcas de tiro e sinais de violência no corpo do PRF. Além disso, ainda é um mistério como ele chegou ao local onde o cadáver foi achado, pois não tinha carro no local, muito menos o celular e as supostas duas armas usadas por ele no atentado.

De acordo com a Superintendência da PRF, Tony Moretto estava afastado da função desde outubro deste ano e, como procedimento padrão, a arma funcional dele foi recolhida. O motivo do afastamento não foi informado à reportagem, por causa do sigilo médico.

Segundo a esposa dele, o casal estava em processo de separação e no dia 26 de novembro o marido rastreou o carro dela e invadiu, armado com dois revólveres, o motel onde estava com o amante. O policial rodoviário federal pulou um portão e entrou no quarto atirando, atingindo o amante na boca.

O PRF foi encontrado morto dois dias depois, em uma estrada rural de Campo Grande, próximo à rodovia MS-040. Em primeiro momento, acreditava-se que ele teria atirado contra a própria cabeça. Teria, inclusive, de acordo com amigos, escrito mensagem em tom de despedida horas depois de entrar atirando no motel.

No entanto, como armas, carro e celular não foram encontrados no local onde estava o corpo e exame necroscópico constatou que não havia sinal de tiro, muito menos de violência, segundo divulgou a Polícia Civil nesta quinta-feira (2), foram pedidos exames periciais complementares.

“Voltamos ao local na segunda-feira para ver se encontrávamos indícios de que ele teria ingerido algum medicamento, mas nada foi encontrado. Então está muito estranho e nebuloso para a gente ainda”, ponderou Nilson Friedrich.

Um celular que pode ser do policial foi apreendido na segunda-feira (29) e ainda passa por perícia. Além disso, o delegado aguarda resultado de laudo toxicológico que pode apontar a causa da morte de Tony.

“Essas amostras servirão para apurar se ele ingeriu algum veneno ou substância nociva”, revelou. Já o veículo do policial, segundo o responsável pelo inquérito, foi localizado esta semana e está com um irmão do PRF.