Covardia explícita! Homem que matou em conveniência pode ser condenado a 40 anos de prisão

O delegado titular da 5ª Delegacia de Polícia de Campo Grande, Gustavo de Oliveira Bueno Vieira, informou ontem (22) que Valdinei de Lima Ferreira, de 30 anos, que matou André de Freitas dos Santos, de 27 anos, e deixou outro rapaz paraplégico em uma conveniência na última sexta-feira (17), deverá ser indiciado por crimes cujas penas somam-se 40 anos de prisão.

Ele afirmou que o assassino deverá ser indiciado por pelo menos dois crimes: homicídio triplamente qualificado – cuja vítima foi André de Freitas dos Santos, de 27 anos – e tentativa de homicídio triplamente qualificado – no caso da segunda vítima, que ficou paraplégica. Em ambos os casos, as qualificadoras dos crimes que devem constar no indiciamento são “motivo fútil”, “diminuição de defesa das vítimas” e a “forma de execução”.

O delegado detalhou que, inicialmente, os crimes foram cometidos porque o autor sentiu ciúmes e também porque teve discussão com uma das vítimas. “Ele queria retirar a esposa do local e ela não quis ir. Ele também teve uma discussão com uma das vítimas. Depois, ele saiu do local e foi até a casa da mãe, onde estava morando, e voltou cum uma arma”, detalhou o delegado. A arma, calibre .38, estaria na condição de posse e porte ilegal, já que Valdinei Ferreira não tinha registro da mesma.

Gustavo Bueno pontuou que as investigações estão próximas do fim – conclusão da análise de imagens de segurança e oitiva de 16 testemunhas ainda estaria em andamento. Além disso, a polícia ainda cruza imagens para ter certeza de que Valdinei Ferreira agiu sozinho na fuga do local do crime. O delegado acrescentou, também, que já havia preparado o cerco ao autor, o que contribuiu para que ele se apresentasse na 5ª DP nesta manhã. Bueno afirmou, por fim, que irá pedir a conversão da prisão temporária em preventiva.

Valdinei Ferreira apresentou-se com dois advogados à 5ª Delegacia de Campo Grande. Ele prestou depoimento por cerca de três horas e foi mantido preso no local. A arma do crime foi entregue hoje para a polícia. Segundo informações, no mesmo dia, ele teria procurado os advogados com a intenção de se apresentar. No depoimento, que durou cerca de três horas, ele teria dito que agiu na força da emoção e que não nasceu para isso: “quero pagar o que devo”.

Na oitiva, Valdinei Ferreira descreveu os locais que passou para mostrar que estava sozinho na moto e que não teve ajuda na fuga, como inicialmente chegou a ser noticiado. Ele foi até o local que seria a confraternização e não encontrou a esposa que saiu com os dois rapazes. O autor também relatou que teria ido atrás da esposa em vários bares da cidade, até que a encontrou.

Ele teria agarrado a mulher pelo braço e pedido para ir embora. Naquele momento, um dos rapazes empurrou a cadeira, que bateu na perna do autor. Segundo o advogado, o homem ainda teria dito: “vai tomar as capacetadas”. Valdinei Ferreira, então, teria ido embora e pegou o revólver. Ele retornou ao local e efetuou os disparos. Segundo o advogado, o autor não sabia que havia atingido outro rapaz. “Eu não nasci para isso, quero pagar o que devo'”. O advogado ainda contou que ele manteve contato com a esposa, com quem tem um filho, desde que aconteceu o crime.