Com suspensão de cirurgias e consultas por falta de recurso, Santa Casa vira um grande pronto-socorro

Com a suspensão de cirurgias e consultas devido ao rombo financeiro de R$ 158 milhões, a Santa Casa de Campo Grande se transformou em um grande pronto-socorro. A única prestação de serviço na unidade de saúde está sendo no setor de urgência e emergência, com pacientes, a maioria deles com traumas ortopédicos, lotando as alas do pronto-socorro, inclusive os corredores.

No pronto-socorro, as alas verde e azul do pronto atendimento são as mais lotadas da unidade, com os pacientes com menor grau de urgência sendo atendidos em macas nos corredores. De acordo com o diretor técnico da Santa Casa, William Leite Lemos, o fluxo tumultuado dessas alas visitadas pela reportagem ocorre em razão de reformas que estão sendo feitas no setor de urgência e emergência do hospital, em função disso, pacientes foram realocados para outros espaços.

O setor de urgência e emergência da Santa Casa vem operando acima de sua capacidade estrutural, por conta disto, a quantidade de leitos e de médicos deveria ter sido ampliada de acordo com a demanda atual.

Conforme informado pelo diretor técnico, em Campo Grande, pelo menos mais mil leitos deveriam ser implementados para o atendimento de pacientes. Atualmente, 70% dos pacientes atendidos no hospital são da Capital e 30% são transferidos das redes municipais de saúde de cidades do interior do Estado.

Na área vermelha do hospital, que, na teoria, teria a capacidade de atender apenas seis pacientes, vem operando com o dobro de sua capacidade. Nessa situação atual, o efetivo médico, por exemplo, deveria ser ampliado com mais dois médicos por período, 12 enfermeiros e 48 técnicos de enfermagem para suportar a demanda.