CCR MSVia “empurra” investimento na BR-163 para 2025 e mira Rota da Celulose

Após contar com uma certa ajuda do TCU (Tribunal de Contas da União) para empurrar para 2025 investimentos de R$ 12 bilhões no trecho da BR-163 que corta Mato Grosso do Sul, a CCRMS Via agora está de “olho gordo” em cima do projeto de concessão de rodovias da chamada “Rota da Celulose”, que prevê investimento de R$ 8,8 bilhões para os próximos 30 anos na MS-040, MS-338 e MS-395 e na BR-262 e BR-267.

Nesta semana, o governador Eduardo Riedel esteve na B3 (Bolsa de Valores do Brasil) para apresentar o projeto e uma das empresas que participaram da reunião foi a CCR MSVia, que “abandonou” a duplicação da BR-163 no meio do contrato depois que venceu em 2014 o leilão para administrar os 845 quilômetros da rodovia.

A promessa de duplicação de toda a extensão da BR-163 não foi cumprida e a empresa duplicou apenas 17,7% do trecho. Os 150 quilômetros duplicados eram o necessário para o início da cobrança de pedágio, mas, em 2017, a empresa encerrou as obras de duplicação e, em 2019, informou ao governo federal que não queria mais participar da relicitação da rodovia.

No entanto, em setembro do ano passado, a União e o Estado encaminharam uma proposta para que a CCR MSVia continuasse com a concessão da BR-163 e um novo acordo foi pré-estabelecido. Desde o fim do ano passado, o Estado e a concessionária aguardam decisão do TCU para assinar a repactuação.

Segundo Eduardo Riedel, além da CCR, outras grandes empresas do mercado demonstraram interesse no projeto, como a Ecovias, a Arteris e investidores de grandes bancos como o XP e o Itaú.

“Todas [as empresas] estão demonstrando profundo interesse sobre o projeto. Mais de 12 grupos econômicos estiveram presentes. Então, assim, me parece que é um projeto que está atraindo atenção do mercado”, disse o governador, acrescentando que o projeto tem condições “muito específicas” e exige um volume de investimento alto.

“É uma obra de engenharia que os desafios não são gigantes, por conta da nossa topografia, das estradas já existentes, mas que vem agregado com um nível de tecnologia muito alto, que é o free flow, pesagem eletrônica. Então, é um projeto que está misturando uma boa obra de engenharia com alta tecnologia e um aporte grande de capital para o desenvolvimento”, argumentou.

Uma equipe continuou em São Paulo, onde fica a sede da bolsa de valores, para dar sequência às discussões e tirar dúvidas dos potenciais investidores a respeito do projeto.

“É um projeto muito elogiado por parte dos investidores, do mercado de uma maneira geral. No dia 6 de setembro, amanhã, encerra a consulta pública, então todas as contribuições que foram feitas ao longo desse mês vão ser internalizadas, discutidas, anexadas ao projeto nos próximos 60 dias, e aí lança-se o edital”, explicou Riedel, revelando que a previsão é de que o edital seja lançado no dia 12 de dezembro.