Caso Carla: Acabou a “amnésia” do assassino e surgiu um monstro frio e cruel, um psicopata

Após ter alegado amnésia sobre o assassinato de Calar Santana Magalhães, 25 anos, no dia em que foi preso pela Polícia Civil, o servente de pedreiro Marcos André Vilalba Carvalho, de 21 anos, “recobrou” a memória dois dias depois da prisão e revelou-se um verdadeiro psicopata. No segundo depoimento prestado à Polícia, ele contou como matou a vizinha, informando que assassinou e estuprou a jovem depois de morta.

Segundo informações da Polícia Civil, na noite do dia 30 de junho Marcos André imobilizou a vizinha com um golpe chamado de “mata-leão” assim que ela chegou em casa e a arrastou para dentro do próprio terreno. Lá, ele levou a vítima até o quarto, onde a fez desmaiar e a matou com um golpe de faca na lateral do pescoço, o que provocou sangramento intenso e, por isso, a arrastou até o banheiro.

A versão do psicopata é comprovada pelo exame necroscópico feito no corpo da jovem, que encontrou grande corte, além de cinco perfurações do lado esquerdo e uma no direito do pescoço. O servente de pedreiro informou ainda que depois de deixar a mulher no banheiro, limpou o quarto e saiu de casa, foi até o patrão para pedir cadeado para o portão, pois havia perdido o que tinha horas antes e estava preocupado de deixar destrancado.

Por causa do horário, o patrão sequer mandou Marcos André entrar, só avisou que ajudaria com o cadeado no dia seguinte. Ele então voltou para casa, tirou a roupa de Carla Santana e lavou o corpo. Como a vítima ainda sangrava, decidiu amarrar um lençol no pescoço, para cobrir o ferimento e a estuprou no banheiro mesmo.

Depois de violar o corpo, levou a vítima para o quarto, enrolou em um cobertor e a colocou de baixo da cama. Conforme ele, a vizinha ficou no mesmo lugar até a madrugada do dia 3 de julho, quando percebeu que o movimento da rua e na casa da própria vítima tinha parado.

Dois dias se passaram, até que ele abandonou o corpo na varanda de um bar a poucos metros da casa e continuou tocando a sua vida como se nada tivesse acontecido, inclusive dormindo na mesma cama em que escondia a vítima. Só resolveu tirar Carla Santana quando começou a sentir o cheiro de decomposição muito forte.

Relatos da Polícia Civil dão conta que a crueldade o servente de pedreiro continua até mesmo depois da prisão, pois, quando foi abordado pela primeira vez pela Polícia Militar já como suspeito de envolvimento no crime, carregava um pedaço de tecido com sangue no bolso. Foi por conta disso que militares do Batalhão de Choque entraram na casa de Marcos e encontraram o lençol sujo de sangue, que foi utilizado para enrolar o pescoço da garota.

Ele também mostrou o tecido para policiais da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crime de Homicídio) e relatou, com naturalidade, que o sangue era seu mesmo, consequência do uso de um objeto feito por ele mesmo para se masturbar. No entanto, os policiais encontraram resíduos de sangue por vários cômodos da casa e, só depois disso, o servente de pedreiro começou a confessar o assassinato.

Falou que dias antes cumprimentou a vizinha e foi ignorado, por isso, ficou com raiva da mulher. No depoimento, afirmou ainda que o corpo pesava menos que os sacos de cimento que carregava nos ombros em obras. Preso preventivamente, Marcos André aguarda para ser transferido para um dos presídios de Campo Grande, onde vai responder por homicídio qualificado porque dificultou a defesa da vítima e feminicídio.