Após perdir perdão por vídeo de apoio ao Capitão Blá-blá-blá, Olarte escapa de qualquer punição

O ex-prefeito de Campo Grande, Gilmar Antunes Olarte (sem partido), pediu perdão por ter gravado um vídeo pelo smartphone para declarar apoio e pedir votos ao ex-candidato a governador pelo PRTB, deputado estadual Capitão Contar (PRTB), e ficou livre de qualquer punição. Além disso, ele obteve aval para ficar sete dias fora do presídio e ainda autorização para voltar a frequentar a faculdade no período noturno.
Condenado a oito anos e quatro meses por corrupção passiva, Gilmar Olarte foi beneficiado em despacho pelo juiz Albino Coimbra Neto, da 2ª Vara de Execução Penal de Campo Grande. De acordo com o site O Jacaré, o magistrado considerou o fato do “sentenciado não registrar outras faltas disciplinares”.
Preso desde maio do ano passado para cumprir a pena imposta pelo TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), Olarte ganhou destaque na campanha eleitoral após gravar o vídeo em que, além de declarar apoio e pedir votos ao Capitão Contar, ainda lembrou que a empresária Iara Diniz, esposa do deputado estadual, era seu braço direito na Prefeitura e que seria beneficiado pela eleição do ex- candidato a governador.
O vereador Tiago Vargas (PSD) alertou que o vídeo era uma prova de que o Capitão Contar iria nomear pessoas indicadas por Olarte no Governo. Após a gravação ser amplamente noticiada, o juiz suspendeu os benefícios de Olarte, como a saída para trabalhar, o curso noturno e determinou a sua prisão em regime fechado.
A punição acabou sendo suspensa na quinta-feira passada quando o ex-prefeito pediu, durante a audiência, perdão pelo “constrangimento” causado pelo vídeo e insistiu que a gravação foi feita apenas para a família e amigos. Ele ponderou que a Justiça sabia do uso do telefone e garantiu que a gravação não foi realizada dentro do presídio.
A promotora de Justiça Regina Broch chegou a manifestar-se pela manutenção da prisão de Olarte pela falta disciplinar que considerou grave. No entanto, prevaleceu o pedido da defesa, de que ele tinha autorização para usar o celular e pediu para que o caso não fosse considerado como infração disciplinar.
O magistrado acabou autorizando Olarte a ter a segunda saída temporária do ano. Ele ficará sete dias fora da cadeia. Além disso, o ex-prefeito voltará a frequentar o curso noturno de Publicidade e Propaganda na Estácio de Sá.