Após 7 anos, polícia conclui inquérito da morte de Magalhães. Advinha quem mandou executar?

Após quatro meses da reabertura autorizada pela Justiça, a Polícia Civil concluiu o inquérito para investigar os mandantes da execução do delegado aposentado Paulo Magalhães, 57 anos, no dia 25 de junho de 2013 em frente à escola da filha no Jardim dos Estados, em Campo Grande (MS), e apontou o empresário Jamil Name, 83 anos, e o filho dele, Jamil Name Filho, 43 anos, como os responsáveis.

De acordo com o inquérito, pai e filho deram a ordem para que o pistoleiro José Moreira Freires, mais conhecido como “Zezinho”, executasse o delegado aposentado. Zezinho chegou a ser condenado como executor do assassinato, mas não foram apontados os autores da encomenda, sendo que ele está foragido e figura na lista dos criminosos mais procurados do Brasil.

Além disso, o ex-deputado estadual Jerson Domingos, que atualmente é conselheiro do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado) e cunhado de Jamil Name, também foi indiciado pela Polícia Civil. Todos foram alvos, em junho, de mais uma fase de Operação Omertà, sendo que o conselheiro do TCE chegou a ser preso e teve o celular apreendido, mas foi solto um dia depois. No aparelho telefônico, tinham conversas que colocam Jerson Domingos como envolvido na execução.

O entendimento levado à Justiça é de que a execução do delegado teve seis envolvidos comprovados. “À vista das provas e elementos apresentados, entendemos que os responsáveis imediatos pelo homicídio de Paulo Magalhães Araújo foram: José Moreira Freires, Rafael Leonardo dos Santos e Antônio Benites Cristaldo, enquanto que os autores mediatos do crime, ou seja, quem tinha interesse em ver a vítima morta e pagaram pela sua execução foram: Jamil Name, Jamil Name Filho e Jerson Domingos”, diz trecho do inquérito policial.

Antônio Benites Cristaldo chegou a ser julgado e foi absolvido, enquanto Rafael Leonardo foi executado após o crime e teve o corpo mutilado e jogado no lixão. Todo o procedimento corre em sigilo. A força-tarefa da Polícia Civil é integrada por cinco delegadas, sediada no Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo, Assaltos e Sequestros). O Gaeco (Grupo Especial de Atuação e Combate ao Crime Organizado) é o responsável pelo trabalho no MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul).

O inquérito está relatado, desde a semana passada, ou seja, foi enviado para apreciação do MPE, responsável por oferecer a denúncia criminal por homicídio doloso. Depois dessa fase, o caso vai para a análise do magistrado responsável, Aluízio Pereira dos Santos, titular da 2ª Vara do Tribunal do Júri. O magistrado foi o responsável pelo processo que condenou os executores, a 18 anos de reclusão. “Zezinho” e Juanil também são réus pelo assassinato de Matheus Coutinho Xavier, atribuído à organização criminosa investigada na Omertà. O jovem, de 21 anos, foi morto por engano, já que o alvo era o pai, o capitão reformado da Polícia Militar, Paulo Roberto Teixeira Xavier, desafeto da família N

Como os dois estão foragidos, o processo em relação a eles está suspenso. Os outros envolvidos, entre eles Jamil Name e Jamil Name Filho, vão ser levados a júri em 28 de outubro. Pai e filho estão desde o ano passado na penitenciária federal de Mossoró (RN), no regime mais rígido de cumprimento de prisão preventiva, quase sem contato com outras pessoas.