André Scaff, ex-secretário de Olarte, e esposa viram réus por receberem R$ 1,3 milhão em propina

Ex-secretário municipal de Finanças de Campo Grande na gestão de Gilmar Olarte e funcionário de carreira da Câmara de Vereadores da Capital, o advogado André Scaff, a esposa dele, Karina Ribeiro Mauro Scaff, e mais três empresários viraram réus em processo que apura o pagamento de R$ 1,326 milhão em propina entre 2010 e 2014 para garantir contratos com a Prefeitura de Campo Grande.

A denúncia de improbidade administrativa feita em 27 de abril de 2017 pelo MPE (Ministério Público Estadual) foi aceita pelo juiz Ariovaldo Nantes Corrêa, da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos. Em julho daquele ano, o juiz Alexandre Antunes da Silva, em substituição na vara, chegou a determinar o bloqueio de R$ 17,8 milhões dos envolvidos no escândalo.

No entanto, André Scaff, o empresário Conrado Jacobina Stephanini e duas empresas, Stenge Engenharia e Ciacon Construções, conseguiram suspender o bloqueio no TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). Essa é apenas uma das ações contra André Scaff e a esposa, Karina Ribeiro Mauro Scaff, que são acusados de terem recebido R$ 10 milhões em vantagens indevidas no período, que teria sido usado para comprar de apartamentos, casas e terrenos na Capital.

Nesta ação, ele e a esposa viraram réus por terem recebido R$ 1,326 milhão em propina. Conforme a denúncia, Jacobina pagou R$ 240 mil, por meio de quatro repasses, em troca de contratos firmados pelo município com a Stenge Engenharia. Já Edmilson Rosa e Wanderson Rodrigues Prado pagaram R$ 688.063 para Scaff e mais R$ 46.860 para sua esposa para garantir pagamentos da Prefeitura para a RMW Empreendimentos.

Reginaldo Bacha teria feito cinco repasses de R$ 350 mil para beneficiar suas empresas, a Ciacon Construções e Obras e a MB Indústria, Comércio e Construções. “A inicial deve ser admitida e a ação processada regularmente, pois não é caso de inexistência do ato de improbidade, de improcedência da ação ou de inadequação da via eleita, sendo que há indícios da prática de ato de improbidade como exaustivamente narrado na inicial envolvendo os requeridos, bem como presentes as condições da ação e os pressupostos processuais”, concluiu o magistrado.

Os réus tentaram anular a ação de improbidade administrativa porque a investigação teve início em denúncia anônima. Sobre as transações envolvendo as empresas e Scaff, uma das explicações, dada pelos acusados, é de que se tratavam de empréstimos e pagamentos de juros.