Em reunião na fronteira, diretor da PF fala que MS é peça chave no combate à criminalidade

Durante reunião do Comando Bipartite realizada na manhã de ontem (26) em Ponta Porã (MS), o diretor-executivo da Polícia Federal, William Marcel Murad, fez um discurso direto ao cobrar que a cooperação internacional entre as forças de segurança seja mais do que retórica.

Ele destacou a importância estratégica da região oeste do Estado no cenário nacional de segurança pública, pois os indicadores da criminalidade na área superam os de diversas unidades da federação.

“Os números do Mato Grosso do Sul são impressionantes. E isso mostra como a atuação integrada aqui não é apenas desejável, mas essencial”, pontuou, citando que “ou vencemos juntos ou perdemos isolados em ilhas.”

Segundo o discurso da integração e da cooperação, ele avalia que o “o grande desafio é tirarmos essa necessidade do papel e do discurso para a prática”, afirmou Murad, no auditório da Receita Federal, onde ocorreu o encontro entre autoridades brasileiras e paraguaias.

Para o diretor-executivo que a reunião desta quinta-feira marca um momento histórico, que será lembrado como um divisor de águas no combate à criminalidade na fronteira entre Brasil e Paraguai.

“Conversava com um colega do Paraguai e disse: isso estará registrado na história daqui a cem anos como o pontapé histórico no enfrentamento da criminalidade transnacional em Ponta Porã e Pedro Juan Caballero.”

O diretor ressaltou que o modelo do Comando Tripartite, com quase 30 anos de experiência entre os três países, deve servir de base para a atuação do novo comando bipartite na linha entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero.

“Não há nenhuma mágica nisso. É um mecanismo real, ágil, que funciona na ponta. E estamos aqui hoje para dar um impulso estratégico e político para que esse modelo funcione, sem entraves burocráticos, com monitoramento constante dos resultados”, declarou.

Segundo Murad, os resultados já podem ser mensurados. Ele citou um crescimento de quase oito vezes no número de documentos gerados pelo comando tripartite no Brasil nos últimos cinco anos, o que indica avanço nos fluxos de cooperação.

Durante o discurso, o diretor-executivo também agradeceu o trabalho de diferentes áreas da Polícia Federal envolvidas com a integração internacional e o combate ao crime organizado. Fez menções diretas ao coordenador-geral de inteligência da PF, Jaime, e às diretorias de combate ao crime organizado e à cooperação internacional.