A vítima de tentativa de feminicídio ocorrida no dia 29 de maio deste ano no pátio de um posto de combustíveis no Bairro Parati, em Campo Grande (MS), revelou ao site Campo Grande News que o ex-marido Marcos Antônio de Souza Vieira, de 59 anos, só parou de atirar porque pensou que ela já estava morta.
Ao todo, cinco tiros disparados pelo ex-companheiro atingiram seu corpo. “Estou tentando não lembrar”, revelou, recordando que foram três anos juntos até decidir pôr um fim na relação marcada por agressões.
“Estava separada dele há dois meses e já tinha dado entrada no pedido de divórcio. Toda vez que a gente conversava, o Marcos pedia para voltar, dizia que tinha mudado. Mas eu não acreditava mais. Deixava claro que não voltaria”, contou.
O homem chegou a perseguir a ex-mulher até descobrir onde ela estava morando. No dia do ataque, imagens de segurança mostraram a mulher caminhando na rua quando é surpreendida por Marcos Vieira, dirigindo um Hyundai HB20 branco.
Ele desceu do carro e foi conversar com ela por alguns segundos. Aparentemente, ela concorda em entrar no veículo, mas, horas depois, novas imagens mostram a mulher entrando em um banheiro do posto de combustíveis na tentativa de escapar.
Quando ela saiu do banheiro e começou a correr para fugir do ex-marido, ele conseguiu alcançá-la no pátio do posto de combustíveis e efetuou vários disparos com uma pistola.
“No posto, ele me disse que, como eu não iria voltar, não voltaria também para lugar nenhum. Que me mataria porque preso não queria ir, pois, se me soltasse, eu o denunciaria à Polícia”, recordou.
“Pensei que ele estava transtornado e a única coisa que podia fazer para tentar me salvar era não entrar no carro novamente, aí saí correndo do banheiro. Se estou viva, é um milagre de Deus”, afirmou.
A vítima conta que o ex só não atirou mais porque pensou que ela estava morta. “Senti ele em cima de mim e me dando o tiro que acertou um dos meus pulmões. Com esse tiro, ele achou que eu tinha morrido”, relatou a mulher, que foi socorrida, levada para o hospital, onde passou por cirurgia e segue em recuperação.
Ela também falou que os anos de convivência com Marcos Vieira foram de muitas agressões físicas, mas que o pior era o controle psicológico. “Me agrediu umas duas vezes. A pressão era psicológica, eu vivia só para ele. O Marcos dizia que eu podia trabalhar, mas começavam as brigas. Me arrumar era só do jeito que ele gostava, o esmalte da cor que ele queria. Me xingava e depois falava que eu o obrigava a fazer essas coisas. Se eu acordasse e não desse bom dia, qualquer ação minha durante o dia virava discussão”, lembrou.