A má gestão da prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), continua prejudicando a população do município. Conforme denúncia de empresas responsáveis pelo transporte escolar rural, a gestão municipal deixou de pagar e eles suspenderam o serviço nesta segunda-feira (9), deixando mais de dois mil estudantes sem ir à aula.
Tanto os alunos quanto seus pais, responsáveis e até servidores das escolas municipais foram pegos de surpresa com a suspensão dos serviços. No domingo, a direção de alguns dos estabelecimentos de ensino afetados enviaram mensagem aos pais, via WhatsApp, comunicando a falta de transporte nesta segunda-feira.
“Conforme informado pela Secretaria Municipal de Educação, Semed, não teremos aulas amanhã, segunda-feira, 09/06, pois o transporte escolar rural não estará disponível”, dizia uma das mensagens enviadas aos responsáveis no domingo”, dizia a nota.
Alunos de escolas municipais como a Consulesa Margarida Maksoud Trad, Virgílio Alves de Campos e Elpídio Reis, assim como os da Escola Municipal Agrícola Governador Arnaldo Estevão de Figueiredo, dentre outras, perderam aulas com a paralisação do transporte.
De acordo com o site VoxMS, a suspensão dos serviços se deu em função do calote dado pela Prefeitura nas empresas que fazem o transporte dos estudantes. Não foram feitos os pagamentos referentes aos meses de abril e maio, segundo fonte ouvida pelo jornal e que preferiu se manter no anonimato.
Segundo essa fonte, muitas empresas estão enfrentando sérias dificuldades financeiras em função do calote e uma delas chegou a fazer empréstimo bancário para pagar os salários dos motoristas.
“Não existe a mínima condição de a gente abastecer os veículos, pagar os salários e os impostos”, reclamou o empresário ouvido pelo site. A paralisação nesta segunda-feira, segundo ele, foi deflagrada como alerta à prefeita Adriane Lopes (PP) de que os serviços podem ser paralisados até que os pagamentos sejam colocados em dia.
Mesmo diante do calote, os serviços serão retomados nesta terça-feira (10), já que os empresários do setor receberam a promessa de que seus créditos serão liberados até esta data. “Vamos atender a prefeitura no risco e na confiança”, disse o empresário, que não soube apontar o valor total do crédito das empresas com a prefeitura.
Procurado pela reportagem, o professor Gilvano Bronzoni, presidente do Sindicato dos Professores da Rede Municipal de Ensino, disse não ter informações sobre os motivos da suspensão dos serviços.
Mas recebeu da Secretaria Municipal de Educação (Semed) a informação de que nesta terça-feira (10) os sreviços serão retomados. “Foi essa a garantia que nos deram”, resumiu.
Em Campo Grande, segundo dados de 2024 do Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar (Pnate), do governo federal, são 1.874 alunos que residem na zona rural atendidos pelo transporte escolar gratuito.
No ano passado, Mato Grosso do Sul recebeu R$ 9,5 milhões para o transporte de estudantes na área rural, montante que beneficiou 57,64 mil alunos sul-mato-grossenses, dentre os quais os de Campo Grande.
O Pnate tem o objetivo de apoiar o transporte dos estudantes das redes públicas de educação básica, residentes em áreas rurais, por meio de assistência técnica e financeira, em caráter suplementar, a estados, municípios e Distrito Federal.
O programa consiste na transferência automática de recursos para custear despesas com manutenção, seguros, licenciamento, impostos e taxas, pneus, câmaras, serviços de mecânica em freio, suspensão, câmbio, motor, elétrica e funilaria, recuperação de assentos, combustível e lubrificantes do veículo ou, no que couber, da embarcação utilizada para o transporte de alunos da educação básica pública.
Serve, também, para o pagamento de serviços contratados junto a terceiros para o transporte escolar. Atualmente, a frota do transporte rural em Campo Grande é composta por 81 linhas terceirizadas, 8 linhas emergenciais e 2 linhas da frota própria da Secretaria Municipal de Educação (Semed), totalizando 91 veículos. Com informações do site VoxMS