CPI aponta falhas das agências municipais na fiscalização do Consórcio e promete visitar empresas

Após o término da segunda fase dos trabalhos da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Ônibus, aberta pela Câmara Municipal de Campo Grande para investigar o transporte coletivo urbano do município, o presidente, vereador Dr. Livio (União Brasil), apresentou um resumo da apuração, apontando inúmeras falhas na fiscalização do serviço prestado pelo Consórcio Guaicurus.

De acordo com o parlamentar, os dados e documentos apresentados até agora são contraditórios e revelaram as principais falhas na fiscalização realizada pela Agereg (Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Campo Grande) e Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito).

“O que podemos dizer é que já identificamos fragilidades nas agências, com omissões e possíveis negligências. Não afirmamos que seja uma negligência dolosa, mas, quando se trata de dinheiro público, é fundamental que essa informação esteja clara para a população. Importante reforçar que não indiciamos ninguém; quem faz isso é o Ministério Público. A CPI apenas sugere indiciamentos. Por isso, vamos aguardar a conclusão do relatório para nos posicionarmos de forma mais concreta”, afirmou.

O vereador Maicon Nogueira (PP), que também faz parte da CPI do Ônibus, destacou pontos que precisam ser esclarecidos, como o suposto déficit da concessionária. “Como uma empresa opera, ano após ano, alegando milhões de reais em déficit? Que negócio é esse, tão interessante, que mesmo assim faz a empresa querer continuar na concessão? Essa fase é muito importante, porque vai trazer luz a essas questões”, questionou.

As oitivas com funcionários do Consórcio Guaicurus começam na próxima segunda-feira (9), com o gestor do setor de bilheteria, Paulo Vitor Brito de Oliveira, e o ex-gerente executivo Robson Strengeri, que atuou na empresa por 20 anos e se aposentou recentemente. Ainda sem data definida, também devem prestar esclarecimentos o ex-diretor-presidente João Rezende, o atual diretor-presidente Themis de Oliveira e o sócio proprietário do consórcio, Paulo Constantino.

Já a quarta fase será em formato de audiência pública, no plenário maior da Câmara Municipal, para ouvir usuários do transporte coletivo. Também haverá uma data específica para ouvir representantes dos sindicatos dos motoristas e cobradores. O prazo para conclusão do relatório é 20 de julho. Caso haja atraso, a entrega será adiada para a primeira quinzena de agosto, devido ao recesso parlamentar.

Após o fim da segunda fase da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do transporte coletivo os vereadores que compõem a CPI irão fazer vistorias in loco nas garagens e nas autarquias, para analisar documentos em Campo Grande. Os locais e dias não serão divulgados para não atrapalhar a fiscalização, segundo o presidente da comissão, vereador Lívio Viana de Oliveira Leite (União Brasil), o Dr. Lívio.