A Corregedoria enviou um parecer ao MPE (Ministério Público Estadual) para manifestação junto à Vara da Justiça Militar Estadual. O documento é assinado pelo corregedor-geral da PM, coronel PM Edson Furtado de Oliveira. Os envolvidos já respondem por outros processos administrativos na PM e têm antecedentes criminais. O tenente-coronel José Roberto Nobres de Souza foi denunciado por peculato e falsidade ideológica no Ministério Público Militar, por ter utilizado viatura para fins particulares. Já o Subtenente José dos Santos de Moraes possui 5 registros de punição disciplinar na carreira militar, enquanto o 3º Sargento Marco Aurélio Nunes Pereira possui dois registros pela mesma punição.
Além deles, o Cabo Luiz Antônio Graciano de Oliveira tem nove registros de punição disciplinar na carreira militar e o Cabo Elizeu Teixeira Neves tem um registro. O jornalista Sandro denunciou os quatro policiais por perseguição e agressão na manhã do dia 2 de junho de 2023, em Nova Andradina. Segundo ele, o quarteto teria dito que ele seria o responsável por espalhar faixas na cidade “comemorando” a saída de um comandante.
Sandro disse que estava dirigindo para retornar para sua casa, quando dois veículos descaracterizados, um Renault Sandero e uma caminhonete L-200, com dois homens em cada um, teriam começado a persegui-lo. Conforme ele, em nenhum momento os ocupantes dos carros se identificaram como policiais militares ou tinham qualquer identificação visual, além de não estarem fardados. O jornalista afirmou que, só depois, tomou conhecimento de que seriam policiais militares lotados na cidade de Nova Andradina. À polícia na delegacia, ele disse ter sofrido abuso de autoridade, já que não havia mandado de prisão contra ele.
O jornalista fala que foi agarrado, agredido e impedido pelos quatro supostos policiais a entrar em sua casa. Ele afirmou que, temendo por sua vida, seguia até a frente de sua residência, onde possui câmeras de segurança. No vídeo é possível ver o momento em que os homens vistoriam o carro da vítima. Ele disse ter sido jogado no chão e imobilizado com um golpe de mata leão.
Sandro ainda afirmou que acredita que houve crime de tortura contra ele para que dissesse que era o responsável pelas faixas e fogos. O caso foi registrado como “constranger o preso mediante violência a produzir prova contra si mesmo” e “submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não autorizado em lei”.