O governador Eduardo Riedel comunicou, na noite de ontem (14), que publicará amanhã (16) o decreto que suspenderá todas as licenças ambientais para supressão vegetal no Pantanal e avisou que a região está “fechada para balanço”.
Para fazer o anúncio, ele reuniu representantes do poder público, entidades rurais, pantaneiros e organizações não governamentais, que também vão participar da discussão sobre um desenvolvimento sustentável para o bioma Pantanal.
“Este time que está aqui terá uma responsabilidade muito grande pelos próximos meses. O nosso grande desafio em Mato Grosso do Sul é mostrar que podem conviver juntos, de maneira propositiva, uma nova economia lastreada em práticas que agreguem valor econômico à produção e nova dinâmica da manutenção da biodiversidade, sem perder renda e preservação. Nós estamos chamando a responsabilidade, não só do Governo, mas de todo o conjunto aqui presente, e o debate será feito na Assembleia Legislativa com todos os atores envolvidos”, justificou Eduardo Riedel.
Ele ainda pontuou que o futuro do bioma será fruto desta discussão no parlamento estadual, elaborando um “produto estável, moderno e que garanta a preservação do Pantanal, o bem-estar e a permanência de quem lá vive: homens, mulheres e crianças, que trabalham e precisam se deslocar, e desta maneira entra a discussão da infraestrutura no Pantanal”, alegou.
Além de publicar o decreto suspendendo todas as licenças de supressão no bioma Pantanal, o governador propôs uma portaria conjunta entre o Governo do Estado e o Ministério do Meio Ambiente para a criação de um grupo de trabalho, que deve agregar instituições que estudam e conhecem o bioma.
De acordo com o chefe do Executivo estadual, o mundo discute uma agenda de sustentabilidade e desenvolvimento econômico. “Mas não podemos perder de vista a construção histórica e cultural, a dinâmica para um futuro, uma agenda do século 21, e a atividade econômica, com pessoas vivendo e que precisam de locomoção, escolas e de saúde. É este conjunto socioambiental e econômico que nós temos que equilibrar numa lei, com ciência, conhecimento e com a responsabilidade e seriedade dos três pilares: social, econômico e ambiental”.
Para o presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Gerson Claro, o debate sobre a preservação do bioma já acontece na Casa. “Desde o início do ano, a Comissão do Meio Ambiente já realizou audiências, recebendo contribuições e levantamento técnico de ONGs, produtores da região e outras instituições”, garantiu.
Participando da coletiva de imprensa, o diretor executivo do Instituto SOS Pantanal, Felipe Dias, declarou que o passo mais importante já foi dado pelo governador Riedel que é a discussão: “todos os atores discutindo a temática e apresentando o seu ponto de vista, mas que em algum momento alinhando as informações com um resultado positivo. Entendemos que as estradas são necessárias, e são de extrema importância no Pantanal, mas temos que discutir como fazer”, classificou o executivo.
O anúncio desta tarde reuniu parlamentares da bancada federal no Congresso Nacional, deputados estaduais, secretários de Governo, integrantes do Ministério Público, produtores e sindicatos rurais e entidades de preservação do meio ambiente.