Tá com medo do quê? Pai de acadêmico executado por milícia não é encontrado pela Justiça

Pai do acadêmico de Direito Matheus Coutinho Xavier, executado a tiros aos 19 anos de idade por milícia supostamente comandada pelo empresário campo-grandense Jamil Name Filho, o “Jamilzinho”, o ex-capitão PM Paulo Roberto Teixeira Xavier, mais conhecido como “PX”, ainda não foi encontrado pela Justiça para ser notificado a participar do júri popular pela morte do filho

 

Segundo o site Campo Grande News, desde novembro do ano passado, os promotores de Justiça Douglas Oldegardo, Luciana Rabelo e Moisés Casarotto pediram que “PX” fosse informado oficialmente de que teria de depor em júri popular, mas os oficiais de Justiça tentaram encontrá-lo por duas vezes, mas não tiveram sucesso.

 

Os oficiais de Justiça estiveram no endereço dado pelo ex-capitão PM em fevereiro deste ano em dias e horários diferentes, mas foi recebido pela inquilina do imóvel, que disse não saber o paradeiro do proprietário. Por estar “em local incerto e não sabido”, no linguajar jurídico, mais recentemente, em 2 de junho, o mandado de intimação para comparecer ao Tribunal do Júri em 17 de julho sequer foi expedido.

 

O site conseguiu contato com uma pessoa próxima a PX, que, sem detalhes, informou apenas que ele está morando fora de Mato Grosso do Sul, mas que está atento a todos os andamentos do caso e saberia que o julgamento foi marcado.

 

No júri popular, Jamilzinho é acusado de ordenar a execução do acadêmico de Direito e PX será ouvido na condição de informante por ter laço afetivo com a vítima. Também serão julgados, entre 17 e 20 de julho, o ex-guarda municipal Marcelo Rios e o policial civil aposentado Vladenilson Daniel Olmedo, conhecido como “Vlad”, que de acordo com a acusação, são integrantes da milícia liderada pelos Name e teriam participação na execução.

 

Conforme a investigação da Operação Omertà – que mirou organização criminosa com características de máfia, dedicada a execuções como forma de manter o poder –, PX seria jurado de morte, afinal os tiros de fuzil AK-47 que atingiram Matheus Xavier seriam para ele, o que pode explicar o “sumiço”.

 

O ex-capitão PM apareceu e deu entrevistas logo após a morte do filho na tentativa de ajudar a Polícia e encontrar provas contra os culpados. Hoje, acompanha tudo de “bem longe”, segundo a pessoa próxima que conversou com a reportagem, e, por segurança, mantém seu paradeiro em segredo.