Juiz condena fonoaudiólogo a 25 anos de prisão por estuprar crianças durante consultas na Capital

O juiz Robson Celeste Candeloro, da Vara Especializada em Crimes contra a Criança e Adolescente, condenou a 25 anos de prisão o fonoaudiólogo Wilson Nonato Rabelo Sobrinho, 31 anos, que foi preso em flagrante no dia 9 de março do ano passado acusado de estuprar crianças durante consultas em clínica de Campo Grande.

 

Nesta primeira condenação, o profissional foi julgado por crimes cometidos contra um menino de apenas 8 anos de idade. Na sentença, o magistrado registrou que o fonoaudiólogo admitiu apenas ter mandado o paciente “abaixar a cueca”, mas que a confissão é suficiente para chegar à conclusão de que o homem violentou o garoto sexualmente.

 

“Houve confissão perante este juízo apenas quanto à contemplação lasciva. Mas, é o que basta para concluir ser induvidosa a autoria do delito em questão”, ressaltou na decisão o juiz Robson Candeloro.

 

O magistrado ainda destacou que o STJ (Superior Tribunal de Justiça) já entendeu anteriormente que a “contemplação lasciva” configura “ato libidinoso”, “sendo irrelevante, para a consumação dos delitos, que haja contato físico entre ofensor e ofendido”.

 

Ele também anotou que, mesmo não havendo confissão, a palavra da vítima tem peso de prova em processos do tipo. Por fim, o magistrado fez outras duas observações: de que “a versão apresentada pela vítima encontra eco nos demais depoimentos” e que “não há elementos nos autos que demonstrem que alguma pessoa possa ter implantado falsas memórias na vítima”.

 

O menino revelou em depoimento que o fonoaudiólogo o mandava deitar em maca, abria sua calça e manipulava seu pênis. A defesa de Nonato chegou a alegar que o flagrante foi armado, mas o argumento não tem respaldo legal para anular a prisão, segundo o juiz. No mais, o advogado pediu apenas a aplicação da pena mínima ao cliente, já que ele confessou.