Após três dias de ter executado com três tiros na cabeça o empresário Antônio Caetano, de 67 anos, o subtenente PM reformado José Roberto Souza, 51 anos, se apresentou na manhã desta quinta-feira (16), em Campo Grande, à 1º Delegacia de Polícia Civil.
O ex-policial militar se apresentou na manhã desta quinta, segundo informações passadas pela Polícia Civil. Ele presta depoimento e depois de ser encaminhado para o Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) para exame de corpo de delito.
O policial estava com registro da arma vencido há 8 anos, segundo informações do inquérito policial. O delegado responsável pelo caso, Antônio Ribas, da 1ª Delegacia de Polícia Civil, anexou ao inquérito consultas ao sistema Infoseg/DPF/Sinarm.
O ofício detalha que José Roberto tinha em seu nome uma arma com o mesmo calibre da usada no crime, mas que estava com o registro vencido.
De acordo com o inquérito, o registro da arma de José estava vencido desde o dia 9 de março de 2015, o que segundo o inquérito, sugere que seria a arma usada no assassinato do empresário.
O policial foi para a reserva remunerada em 2011, sendo reformado já em 2015. Isso teria ocorrido por problemas psicológicos, no entanto, não foram especificados quais seriam esses problemas. Assim, com a motivação pela qual o militar foi reformado, ele deveria perder o porte de arma.
Caetano foi assassinado quando cobrou do policial militar reformado, José Roberto de Souza, o valor de R$ 630 da troca de óleo que havia ficado pendente após o serviço em sua caminhonete ter sido refeito, já que o motor tinha dado problemas.
No momento da cobrança, o policial se levantou da cadeira e perguntou “Como você quer que eu pague?”, e deu os tiros no empresário, que morreu no local.
Era a segunda audiência de conciliação, sendo que a primeira tinha ocorrido no dia 10, última sexta-feira. Na primeira audiência, os ânimos se acirraram, assim como na segunda, mas tudo parecia controlado até o crime ser cometido.
Uma funcionária, de 45 anos, relatou o momento de desespero. Segundo ela, na hora, havia muitos clientes e servidores no local. “Foi tudo muito rápido. Escutei uns três ou quatro disparos. Começamos a entrar debaixo das mesas. Foi desesperador. O nosso medo era de ele sair atirando em todo mundo”, relatou.
Ainda segundo ela, apesar da sala ser aos fundos de onde ocorreu o crime, não viu a hora que o atirador saiu e passou por ela. De acordo com uma das testemunhas, que seria funcionária do órgão, por várias vezes policiais já entraram armados durante audiências de conciliação, sacando suas armas, na tentativa de resolver pendências dentro do órgão.
Ainda de acordo com os relatos, os conciliadores eram orientados a não registrar boletins de ocorrência sobre os casos ou registrar em termo de audiência os fatos ocorridos. Assim, o medo imperava a cada audiência. A testemunha ainda disse na delegacia que era previsível que algo pudesse ocorrer diante das reclamações dos conciliadores.
Alguns relatos são de que em outras conciliações policiais da Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo), delegacia que funciona junto ao Procon, já tiveram de intervir em brigas entre as partes dentro do órgão.
Quando Caetano foi assassinado por três tiros, todos que estavam no local passaram a gritar assustados e outras pessoas passaram a chorar dentro do Procon. Ao ver o que tinha ocorrido, um dos funcionários do local acionou a polícia primeiro e depois o Corpo de Bombeiros. Com informações do site Midiamax