Polícia prende em El Salvador mulher envolvida na morte de promotor de Justiça do Paraguai

A Polícia de El Salvador, pequeno país da América Central, prendeu, ontem (18), na capital San Salvador, a colombiana Margaret Lizeth Chacón Zúñiga, 42 anos, acusada de participar do assassinato do promotor de Justiça Marcelo Pecci, do Ministério Público do Paraguai. Ele foi morto a tiros durante sua lua de mel na praia de Cartagena das Índias, na Colômbia, no dia 10 de maio do ano passado.

 

Marcelo Pecci liderava a força-tarefa do Ministério Público do Paraguai contra o crime organizado e atuava inclusive na repressão a narcotraficantes da faixa de fronteira com Mato Grosso do Sul. Margaret Zúñiga é mulher de Andrés Felipe Péres Hoyos, preso no último domingo (15) junto com o irmão dele, Ramón Emilio Pérez Hoyos.

 

Os dois confessaram terem encomendado a morte de Marcelo Pecci a mando de um traficante paraguaio, cujo nome não revelaram. Policiais da Colômbia e do Paraguai suspeitam que o mandante seja o narcotraficante Miguel Ángel Insfrán Galeano, mais conhecido como “Tio Rico”, chefe do Clã Insfran.

 

Segundo a Polícia da Colômbia, Margaret Zúñiga teve participação ativa na organização do assassinato e entrou em El Salvador no dia 26 de maio do ano passado. Ela passou a fazer viagens constantes a outros países da América Latina, com exceção da Colômbia, sendo presa em San Salvador na casa do salvadorenho Wilber Huezo, 47 anos, que também foi preso.

 

Investigadores colombianos afirmam que foram os irmãos Pérez Hoyos e Margaret Zúñiga que entregaram o dinheiro ao colombiano Francisco Luis Correa Galeano, responsável em contratar os pistoleiros. Preso menos de um mês depois do crime em Medellín, Francisco Galeano confessou que foi contratado pelos irmãos Pérez Hoyos para preparar o assassinato.

 

O primeiro encontro dos irmãos com o pistoleiro ocorreu no dia 30 de abril de 2022, dia do casamento de Marcelo Pecci com a jornalista Claudia Aguillera. Os mandantes sabiam com bastante antecedência que o promotor de Justiça passaria a lua de mel na Colômbia, tanto que trataram de encomendar o crime justamente em território colombiano.

 

O venezuelano Wender Still Scott Carrillo, o autor dos tiros, Eiverson Adrián Zabaleta, responsável pela logística do crime, e Marisol Londoño e Cristian Monsalve Londoño, que monitoravam os passos do promotor de Justiça, foram condenados a 23 anos de prisão e cumprem a pena na Colômbia. Eles confessaram o crime e aceitaram a sentença sumária.

 

Em dezembro, o venezuelano Gabriel Salinas, que teria pilotado a moto aquática usada para levar Wender até a praia privativa, foi preso nos arredores de Caracas. A Colômbia pediu a extradição dele, mas o pedido foi negado pela Venezuela, onde ele continua preso. Francisco Galeano ainda não foi levado a julgamento. Preso, ele passou a colaborar com a polícia. Apesar do sobrenome homônimo, Francisco é colombiano e não possui parentesco com o traficante paraguaio “Tio Rico”, que tem atuação inclusive na fronteira com Mato Grosso do Sul.