O latrocínio – roubo seguido de morte – da pecuarista Andreia Aquino Flores, 38 anos, ocorrido no dia 28 de agosto em um condomínio de luxo em Campo Grande (MS) pode ter uma reviravolta. De acordo com o site Campo Grande News, a irmã da vítima, a também pecuarista Jussara Aquino Flores, 40 anos, admitiu à Polícia Civil que teria topado pagar para que a mentora do crime, Lucimara Rosa Neves, 43 anos, pegasse uma assinatura com a vítima sobre uma dívida com cabeças de gado.
No entanto, na sua versão, Jussara Flores informou à Polícia Civil que partiu de Lucimara Neves a proposta de uma recompensa em dinheiro para convencer a pecuarista Andreia Flores a assinar documento que a irmã precisava. A investigação descartou que Jussara Flores tivesse qualquer envolvimento com o assalto que terminou com a pecuarista assassinada, mas a negociação entre a irmã e a empregada não deixou de ser pano de fundo no enredo.
Lucimara Neves admitiu que pretendia lucrar pelo menos R$ 100 mil com o plano – arrancaria R$ 50 mil da patroa durante o roubo simulado e depois, aproveitaria a fragilidade de Andreia Flores, após o susto, para fazê-la assinar acordo com a irmã. A própria empregada admitiu, porém, que Jussara Flores, para quem também já trabalhou, não tinha ideia do que ela estava tramando.
Conforme a ata do depoimento, a irmã contou à Polícia que devia para a irmã cabeças de gado, provenientes de herança, mas queria que a vítima assinasse documento se comprometendo a não fazer novas cobranças. Jussara Flores pediu ajuda à ex-funcionária, pois acreditava que ela saberia o melhor momento de falar com Andreia Flores, que tinha problemas com álcool.
Em uma ocasião, Lucimara Neves até fez o termo chegar às mãos da patroa, mas disse à Jussara Flores que a vítima o rasgou. Recentemente, áudio anexado a processo de cobrança das cabeças de gado, Andreia Flores parecia incomodada com a funcionária tentando interferir em seus negócios. “Ah não, ninguém não, vai palpitar não. Principalmente, empregada”, disse.
A irmã mais velha narrou que já havia perdido o interesse em conseguir o acordo quando, uma ou duas semanas antes do crime, a empregada propôs nova tentativa, em troca de um pagamento, e então, houve a proposta dos R$ 50 mil. Para Jussara Flores, o acordo era até uma maneira de preservar Andreia Flores, cujo patrimônio estava sendo dilapidado “por terceiros”.
Jussara Flores contou ainda que as conversas que teve com Lucimara Neves foram pelo WhatsApp e ligações, mas informou que seu aparelho celular estragou no dia 30 de julho. Ela se comprometeu a entregar prints das conversas com a ré pela morte da irmã, caso conseguisse recuperar.
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