Josmar Jozino – Colunista da UOL
A Interpol (Polícia Internacional) procura o brasileiro Diogo Ferreira Mariano, acusado pela Polícia Federal de liderar uma quadrilha responsável pelo envio de 23 toneladas de cocaína para a Europa pelos portos de Itaguaí (RJ) e Santos (SP), desde 2018 juntamente com o Major Carvalho, de Mato Grosso do Sul, conhecido na Europa como Pablo Escobar brasileiro em alusão ao narcotraficante Colombiano.
Mariano foi o principal alvo da Operação “Efeito Cascata”, deflagrada pela PF na última quarta-feira (17), mas não foi localizado. A suspeita dos agentes federais brasileiros é a de que o narcotraficante esteja escondido em Dubai, nos Emirados Árabes, de onde coordenaria a lavagem de dinheiro do bando.
Durante a operação, os policiais prenderam 27 pessoas e cumpriram 34 mandados de busca e apreensão contra a organização criminosa. Por determinação da Justiça também foram bloqueados R$ 500 milhões e confiscados 19 imóveis relacionados aos investigados. Em um dos endereços de Mariano, na Barra da Tijuca, bairro de classe alta da capital do Rio de Janeiro, os agentes federais encontraram uma réplica da McLaren do piloto brasileiro Ayrton Senna, além de uma coleção de relógios caríssimos.
As investigações apontaram que a organização criminosa trazia a cocaína da Bolívia, em caminhões. A droga depois era escondida em carros menores e transportada até as áreas portuárias, onde eram colocadas em contêineres, em meio à mercadoria lícita, e enviadas para a Europa. Segundo a Polícia Federal, alguns carregamentos eram de ao menos três dos maiores narcotraficantes do Brasil.
Dentre eles André do Rapque foi colocado na rua graças a um habeas corpus concedido pelo ministro Marco Aurélio Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal). Poucas horas depois que o megatraficante deixou a prisão, a Suprema Corte cassou a decisão, mas já era tarde.
Outro carregamento era de Sérgio Roberto de Carvalho, o Major Carvalho. Carvalho foi preso em um hotel de luxo na Hungria em junho deste ano.
Uma terceira carga de cocaína pertencia a Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, considerado o braço direito de Marco Willians Herbas Camacho, 54, o Marcola, apontado pelas forças de segurança como o líder máximo do PCC (Primeiro Comando da Capital). Fuminho está preso na Penitenciária Federal de Catanduvas (PR).
A organização criminosa começou a ser investigada em 2020, quando foram apreendidas 7 toneladas de cocaína nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e Sergipe.
Os presos preventivamente durante a operação deflagrada pela Polícia Federal devem responder a processo pelos crimes de associação à organização criminosa, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.