Ministério Público pede julgamento de suspeito de matar jornalista Léo Veras na fronteira

A promotora de Justiça Alicia Sapriza, do Núcleo de Luta contra o Crime Organizado no Paraguai, apresentou, ontem (29), denúncia e pediu julgamento oral contra o criminoso Waldemar Pereira Rivas, mais conhecido como “Cachorrão”, acusado de associação criminosa e pelo homicídio doloso do jornalista brasileiro Lourenço Veras, 52 anos, o “Léo Veras”, ocorrido no dia 12 de fevereiro de 2020 em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia que faz fronteira com Ponta Porã (MS).

A decisão se deu após investigação realizada em conjunto com os outros procuradores que integram a equipe Marcelo Pecci e Federico Delfino, da Unidade Especializada contra o Crime Organizado do Ministério Público do Paraguai. “Cachorrão” foi preso três meses após Léo Veras, proprietário do jornal Porã News, um dos principais jornais policiais da fronteira com o Paraguai, ser assassinado no país vizinho.

Apesar de Waldemar Rivas ser denunciado como mandante do assassinato, a morte de Léo Veras é vista como mais um mistério da fronteira. Muitas pessoas que conheciam o jornalista duvidam dessa versão da Polícia. Na época da morte ele negou, disse que era amigo da vítima e de sua família. Cachorrão foi preso no dia 1° de maio de 2020 em Pedro Juan Caballero.

Ele estava dentro de um veículo, sob efeito de álcool e foi detido durante inspeção preventiva e encaminhado ao Departamento de Investigação Criminal da Polícia de Amambay. O elemento que vinculava Waldemar Rivas à morte de Léo Veras era sua caminhonete Jeep Renegade, usada por membros da facção PCC (Primeiro Comando da Capital) para matar o jornalista. No Brasil, Cachorrão é condenado a 17 anos de prisão.

Ele foi morto a tiros no dia 12 de fevereiro de 2020, após três bandidos encapuzados invadiram uma casa simples no bairro Jardim Aurora, em Pedro Juan Caballero, e o executaram com 15 tiros de pistola 9 milímetros. A vítima jantava com a esposa, os filhos adolescentes e o sogro. Ele tentou correr ao ver os bandidos chegando, mas foi perseguido e morto no quintal.