Primeiro foi a OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil no Estado), depois foi a vez do CDDH (Centro de Defesa dos Direitos Humanos), em seguida o Crefito (Conselho Regional de Fisioterapia), na sequência o prefeito Marquinhos Trad (PSD) e, agora, o Conselho Regional de Serviço Social- Cress 21ª Região/MS veio a público comentar a proposta esdrúxula da CDL (Câmara dos Dirigentes Lojista) de Campo Grande, por meio do seu presidente, o mediano Adelaido Vila, fazer abaixo-assinado para interna, de forma compulsória, os andarilhos e os drogados do centro da cidade.
Por meio de nota, o Cress/MS repudia veementemente o abaixo-assinado lançado pela CDL, intitulado “Menos andarilhos, mais segurança!”, classificando a medida de “higienização social” e de ferir os direitos fundamentais do cidadão, pois ataca os direitos humanos. “O modelo de isolamento e encarceramento não soluciona este problema, que, por um lado é complexo e por outro, revela unicamente a defesa dos interesses econômicos e políticos do capital, negligenciando uma realidade histórica do país e ferindo um direito constitucional”, traz a nota.
Ainda de acordo com a Conselho Regional de Serviço Social, a internação compulsória é uma ação antagônica ao Projeto Ético-Político do assistente social e se constitui como uma das Bandeiras de Luta do Conjunto Cfess/Cress, que envolve mais de 180 mil profissionais e que constroem coletivamente, todos os anos, sua agenda de trabalho contemplando esse segmento e outros ligados a defesa de direitos.
O Cress/MS reafirma um dos princípios fundamentais do Código de Ética do assistente social que é a defesa da liberdade e da autonomia dos indivíduos e reafirma seu posicionamento contrário a qualquer medida autoritária que viole os direitos e expresse a desigualdade produzida na sociedade.
Adelaido Luíz Spinosa Vila, que já presidiu o conselho e hoje comanda da CDL, explica que em 2018, levantamento feito por empresários e moradores voluntários, apontou a presença de ao menos 1,5 mil pessoas em situação de rua perambulando pela região central, boa parte delas dependente de drogas e álcool. A iniciativa de obrigar o tratamento seria saída para combater a escalada de roubos e violência. O número é 30% superior ao encontrado em 2017, segundo Vila.
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