A violência explodiu na tarde desta terça-feira (17) em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia que faz fronteira com Ponta Porã (MS). Pistoleiros executaram dois homens e ainda tentaram matar o prefeito José Carlos Acevedo Quevedo, 53 anos, elevando para 69 o número de assassinatos na região somente neste ano, sendo 14 mortes em janeiro, 12 em fevereiro, 12 em março, 20 em abril e 11 em maio.
Os dois executados estavam dentro de um Toyota Runx vermelho e tinham acabado de chegar ao posto de combustíveis localizado em frente ao Fortis Atacadista, a poucos metros do território brasileiro. Os mortos foram identificados como Denis Gabriel Pereira, 33 anos, e Luis Henrique Arguello Meza, 27 anos, que dirigia o veículo.
Os dois tinham nacionalidade paraguaia e moravam em Pedro Juan Caballero, sendo que eles pararam na conveniência do posto, quando o pistoleiro de motocicleta e usando capacete se aproximou e disparou vários tiros. Luis Henrique tinha antecedentes por homicídio e tentativa de assassinato. A Polícia ainda não informou se Denis também tinha ficha criminal.
Atentado
Menos de meia hora depois de dois homens serem executados no pátio de um posto de combustíveis, o prefeito de Pedro Juan Caballero, José Carlos Acevedo Quevedo, foi alvo de atentado a tiros e está entre a vida e a morte. Ele saía de uma reunião com vereadores na sede da Câmara Municipal, localizada em frente ao Palácio da Justiça, quando foi atacado a tiros por pistoleiros em um carro branco.
Pelo menos 11 tiros de pistola foram disparados. Ferido no pescoço e no rosto, Acevedo foi levado para um hospital particular em estado gravíssimo. Minutos depois, um carro branco, possivelmente o mesmo usado pelos pistoleiros, foi encontrado em chamas perto da saída de Ponta Porã para Antônio João, mas no lado paraguaio da fronteira. A tática é bastante usada pelo crime organizado para eliminar pistas.
Reeleito em outubro do ano passado, José Carlos Acevedo é filiado ao Partido Liberal e pertence à família tradicional da política fronteiriça. O irmão dele, Ronald Acevedo, é o atual governador de Amambay. Outro irmão, o deputado e ex-senador Robert Acevedo morreu de covid-19, há dois anos.
Poucos dias antes da eleição de outubro, José Carlos Acevedo causou polêmica ao chutar o corpo de um traficante, vítima da chacina com quatro mortes, ocorrida em frente a um centro de eventos de Pedro Juan. Entre os mortos estava a sobrinha dele, filha do governador Ronald Acevedo.